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O cirurgião tem papel de grande importância na prevenção, diagnóstico, estadiamento e tratamento do paciente com câncer.
A cirurgia pode ter caráter paliativo ou ser curativa. A ressecção curativa é aquela em que todo o câncer visível é removido e as margens cirúrgicas são microscopicamente livres de lesão. Um limite macroscópico de 2 cm pode ser suficiente em uma margem da ressecção, mas pode ser necessária uma distância maior em outra margem.
Na cirurgia radical, além de os preceitos de cirurgia curativa serem atingidos, é acrescida a ressecção concomitante de órgãos ou regiões contíguas ou contínuas. Além da margem cirúrgica mais ampla, é realizada usualmente linfadenectomia (retirada dos linfonodos) de pelo menos uma cadeia linfonodal negativa de comprometimento neoplásico, além das cadeias linfonodais primariamente em risco de comprometimento.
Se considerarmos a disseminação linfática como uma seqüência contínua de canais e linfonodos, a ressecção de linfonodos negativos após a última cadeia comprometida confere, pelos menos teoricamente, mais segurança em relação à ausência de doença residual linfonodal. Em certas regiões, pela própria disposição anatômica, uma linfadenectomia completa é bastante alargada. Do ponto de vista prático, é importante termos pelo menos uma amostragem dos linfonodos das cadeias mais distantes e assegurar a remoção das cadeias proximais. Uma linfadenectomia mais alargada aumenta a morbidade e maior chance de sequelas.
Definimos como operação curativa aquela na qual, macroscopicamente, não observamos câncer residual e em que os limites microscópicos da ressecção estão livres de comprometimento. O prognóstico e o tratamento pós-cirúrgico certamente são diferentes nestas distintas situações. Muitas vezes para que se tenha margens livres de neoplasias, os cirurgiões acabam por sacrificar estruturas anatômicas, neuromusculares e linfáticas, que acarretam em seqüelas operatórias transitórias ou definitivas. É aí que os fisioterapeutas entram.
Fisioterapeutas são os profissionais responsáveis por amenizar, tratar e reabilitar as sequelas decorrentes destes procedimentos cirúrgicos. Elas aparecem decorrentes do tipo do tumor e do procedimento realizado.
Em cirurgias de cabeça e pescoço os pacientes podem apresentar paralisia facial, dor muscular, queda de ombro, edema de face, trismo, fibrose e aderência de cicatrizes que podem limitar os movimento. Em cirurgias de mamas podemos observar o aparecimento de linfedema, seromas, restrição na movimentação dos braços e ombros e presença de dor. Em cirurgias de coluna e de sistema nervoso central (cérebro) podemos observar dificuldade para andar, fraqueza nos membros, desequilíbrio, incoordenação nos movimentos. Cirurgias uroginecológicas podem acarretar em incontinência urinária, disfunção sexual e linfedema de genitais e pernas.
Cirurgias toracoadominais podem trazer comprometimento respiratório. Cirurgias ortopédicas como amputações necessitam de um trabalho especial como protetização e treino de marcha
As disfunções dependem do tratamento realizado. Nem todos os pacientes ficam com sequelas, converse sempre com seu médico e seu fisioterapeuta. A maioria das disfunções causadas pelo tratamento oncológico têm tratamento fisioterapêutico.
Dra Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi
Fisioterapeuta
Doutora em Oncologia
Presidente do Instituto Oncoexperts
Especialista em fisioterapia em oncologia e saúde da mulher - COFFITO
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