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Recursos fisioterapêuticos em uroginecologia

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Existem várias técnicas usadas pelos fisioterapeutas para re-estabelecer a função dos músculos do assoalho pélvico (MAP). Foi um ginecologista californiano chamado Arnold Kegel em 1948, o primeiro a compreender a função destes músculos no mecanismo da continência e prescrever o exercício diário através de contrações voluntárias dos mesmos para as mulheres incontinentes, os quais ficaram mundialmente conhecidos como exercícios de Kegel.

Antes de iniciar qualquer programa de exercícios, é necessário que o paciente saiba de fato o que o levou a ficar incontinente e por que é importante realizar fisioterapia para os músculos do assoalho pélvico. Muitos pacientes chegam aos consultórios de fisioterapia desconhecendo esta área de atuação e nem tampouco, sabem o porquê seu médico indicou este tratamento. Este diálogo é importante e deve ser iniciado pelo terapeuta na entrevista, pois facilitará a adesão ao tratamento e uma recuperação mais eficaz.

Conscientização

Algumas pessoas desconhecem a localização dos músculos do assoalho pélvico e sua função. Muita das vezes ao ser solicitado a contração destes músculos observa-se a utilização de outros grupos musculares como abdominais, glúteos e músculos internos da coxa. Na verdade estes músculos poderão ser utilizados no treinamento muscular, contudo, se o paciente não utilizar a correta contração dos MAP, o sucesso não será alcançado. È importante a utilização de alguns recursos como visualização da região do períneo, uso da estimulação elétrica (de baixa voltagem- não produz choques!), o toque vaginal ou retal, a palpação da região do períneo ou o uso do biofeedback, para que o indivíduo perceba a correta contração e possa avançar para o passo seguinte que é o treinamento muscular.

Treinamento muscular

Imagine que você decide ir a uma academia de ginástica para exercitar seus músculos. Talvez você não alcançasse o resultado esperado ou até mesmo corresse o risco de se machucar se iniciasse o treinamento muscular sem as devidas orientações de um educador físico. O mesmo acontece com o treino dos músculos do assoalho pélvico! Somente após a avaliação de um fisioterapeuta especialista no assunto, você saberá o tipo de atividade, o número de contrações, de repetições e o tempo que será necessário para realização dos exercícios. Muitas são as informações de exercícios disponíveis em revistas e sites da internet sobre exercícios para os MAP, mas lembre-se que com a orientação profissional você poderá evoluir seguramente no seu treinamento!

A avaliação cuidadosa e experiente determinará se você necessitará readquirir força, resistência muscular (capacidade de realizar muitas contrações sem fadigar) ou endurance (capacidade de manter a contração por muito tempo sem fadigar) ou até mesmo aprender a relaxar os músculos. Para alcançar estes objetivos a contração voluntária (ou o relaxamento) poderá ser feito pelo paciente sozinho ou com auxílio de outros dispositivos como por exemplo o biofeedback, as bolinhas de ben-wa (bolinhas de pompoarismo), os pesos vaginais (cones) , ginástica hipopressiva, pilates,uso de bolas suíças, etc; em várias posições que serão determinadas pelo fisioterapeuta.

Biofeedback

É um aparelho que monitora as contrações musculares e oferece durante o treinamento informações (através de sinais sonoros ou visuais) se você está ou não contraindo de forma correta os MAP. O biofeedback promove um condicionamento muscular através das repetições mas deve-se salientar que ele não é um método para alcançar força. A contração dos MAP é captada por uma sonda inflável ou um sensor que capta a atividade elétrica dos músculos e é amplificada pelo aparelho resultando no sinal visualizado pelo paciente.

Eletroestimulação/Neuromodulação

O uso de correntes elétricas de baixa voltagem produzem estímulos específicos em nervos e músculos produzindo como resultado a contração muscular (eletroestimulação) ou a modificação de uma função coordenada pelo sistema nervoso (neuromodulação).
A eletroestimulação é indicada para promover a conscientização ou o reforço em músculos extremamente fracos. A eletroestimulação não deve substituir a contração feita pelo próprio paciente nos exercícios.
A neuromodulação pode ser obtida através de método cirúrgico (implantando-se eletrodos nas raízes nervosas na medula espinhal) ou externamente em locais específicos onde passam os nervos que também inervam a bexiga. O objetivo desta técnica é diminuir as contrações involuntárias do músculo da bexiga que comprometem a continência urinária ou controlar a contração do esfincter anal melhorando o controle da continência fecal
Eletrodos intra-cavitários ou de superfície são utilizados tanto na eletroestimulação quanto na neuromodulação e a escolha de cada um deles é indicada pelo fisioterapeuta de acordo com cada caso.

Fonte: Serviço de fisioterapia do Assoalho Pélvico da UFPB, www.assoalhopelvico.com

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