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Entende-se por edema qualquer aumento de volume dos tecidos devido ao acúmulo de líquido entre os tecidos do corpo, a qual pode ter sua origem no aumento da pressão capilar devido a um bloqueio venoso local e bloqueio do retorno linfático por processos cirúrgicos, câncer; anormalidades nos vasos linfáticos e trombose venosa. O edema é um processo imediato e localizado e em cabeça e pescoço as suas causas podem variar desde um processo infeccioso corriqueiro até os procedimentos cirúrgicos que envolvem o local.
Entretanto, algumas abordagens oncológicas na região incluem o esvaziamento cervical, podendo gerar além da ressecção da cadeia linfonodal e de vasos locais, obstruindo assim a drenagem venosa e linfática, originando o edema. Após este procedimento, há um desequilíbrio entre a filtragem e a evacuação pelo aumento do aporte de líquido filtrado, não ocorrendo o mesmo com o sistema de drenagem. Assim, os tecidos se enchem de líquido e a pressão entre os tecidos aumenta, havendo distensão da pele. Posteriormente, quando a rede de evacuação é insuficiente, devido à ressecção dos linfonodos, o edema se instala e se organiza (período maior que 100 dias), predispondo a formação de um tecido fibroso (linfedema), o que torna as possibilidades de da retirada do líquido acumulado diretamente relacionadas ao grau de evolução e de organização do edema.
Os graus de edema podem variar de transitório a permanente, podendo persistir por semanas ou meses, ocasionando aparências indesejáveis e desconfigurantes. Geralmente, apresenta-se com início gradual, atingindo seu pico de sete a dez dias após a cirurgia.
A presença do linfedema cervicofacial é menos percebida que o linfedema de extremidades e menos de 50% dos pacientes tratados o desenvolvem nessa região.
Primeiramente, o linfedema se apresenta como uma sensação de peso ou aperto, podendo não existir edema visível. Com sua progressão, pode se tornar evidente, com ou sem prejuízo funcional.
O diagnóstico do edema em cabeça e pescoço é fundamental para seu tratamento efetivo e melhora na qualidade de vida do paciente. Porém, a maioria das técnicas está direcionada para os membros e em cabeça e pescoço os métodos de mensuração utilizam a distância entre dois pontos anatômicos como o método de mais fácil acesso e de baixo custo, o qual pode ser bem reprodutível, mas não proporcionam uma mensuração fidedigna e viável entre o pré e o pós-operatório devido ao edema/linfedema ocorrer no mesmo local onde ocorreu a ressecção de estruturas durante a cirurgia. Recentemente um método fidedigno e localizado foi aplicado em cabeça e pescoço, o qual utiliza uma onda eletromagnética de alta frequência que fornece informações sobre a constante dielétrica do tecido, ou seja, do conteúdo de água local do tecido abaixo da sonda utilizada na mensuração. Entretanto, é um método caro e de limitado acesso.
Até o momento, não há procedimento padrão para tratar pacientes acometidos por edema cervicofacial após cirurgias de cabeça e pescoço, o qual é tratado empiricamente diante da observação de graus importantes de edema ou diante da queixa do paciente. A técnica mais utilizada pelos fisioterapeutas para o tratamento é a drenagem linfática manual, a qual faz parte da terapia descongestiva linfática que inclui também métodos compressivos. Estes, também podem ser utilizados em cabeça e pescoço por meio de faixas ou máscaras, entretanto, pouco aceitáveis por parte do paciente por gerar uma aparência inestética e pouco funcional.
Independente do grau do linfedema e do seu método de tratamento deve ser sempre priorizada uma terapia adequada a cada paciente, observando o seu cotidiano e o meio em que está inserido, proporcionando assim, além da aderência ao tratamento e o sucesso do mesmo, acima de tudo, a melhora da qualidade de vida do paciente.
Dra. Carolina Barreto Mozzini
Especialização em Fisioterapia em Oncologia Hospital A. C. Camargo
Mestre e Doutora em Ciências Oncologia USP
Membro da Sociedade Brasileira de Fisioterapia em Cancerologia - SBFC
Fisioterapeuta do Centro Integrado de Terapia Onco-hematológica - www.cito.med.br
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