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Trismo refere-se a todas as circunstâncias onde há incapacidade de abrir a boca adequadamente. Ao pé da letra, trismo é definido como espasmo tetânico e prolongado dos músculos mastigatórios e pode estar associado a várias condições da articulação temporomandibular (ATM).
É uma das seqüelas mais comum do tratamento para o câncer de cabeça e pescoço. Múltiplos fatores contribuem para o desenvolvimento deste distúrbio, entre eles a extensão do tumor, a fibrose causada pela radioterapia e o trauma cirúrgico.
As ressecções de tumores da cavidade oral também podem acarretar seqüelas de trismo, particularmente as cirurgias de mandíbula ou maxila, devido à restrição de seu movimento. O trauma pós-cirúrgico pode levar à fibrose cicatricial, hematoma, abcesso e fraqueza dos músculos.
O trismo pode aparecer até 3 e 6 meses após o término do tratamento e sua presença no tratamento oncológico do câncer de cabeça e pescoço pode variar de 5% a 38%
O valor de normalidade aceito para abertura de boca é maior que 35 mm, ou o equivalente a colocar três dedos juntos (indicador, dedo médio e anelar) entre os dentes incisivos. Medidas menores que 25 mm podem expor o paciente a dificuldades importantes em todas as funções que incluem a mandíbula, por exemplo na alimentação e mastigação, onde em algumas situações chega a alterar o estado nutricional,com perda acentuada de peso. Pode levar à distúrbios de fala; impossibilidade de higiene oral adequada; transtornos no tratamento dentário entre outros.
Com uma intervenção precoce da fisioterapia, os estágios de disfunção advindos da doença e seu tratamento podem ser minimizados. A reabilitação deve ser um processo dinâmico, começando o mais cedo possível de forma preventiva ou após o diagnóstico, e continuada por todo tempo durante a doença e seu tratamento.
Vários recursos manuais, mecânicos e eletroterapêuticos têm sido descritos para o tratamento de trismo. Os mais populares incluem exercícios musculares isométricos para ganho de amplitude articular, terapia com espátulas de língua, dispositivos mecânicos de alongamento, uso de compressas quentes e frias e massagens. Existe também o TheraBite® , dispositivo composto por duas bandejas superior e inferior que devem ser introduzidas na boca entre os dentes, para realização passiva de abertura de boca.
O trismo é variável de paciente para paciente e o acompanhamento com a fisioterapia deve ser indicado ao menor sinal de rigidez de ATM e diminuição de abertura de boca.
Dra Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi
Fisioterapeuta
Doutora em Oncologia
Presidente do Instituto Oncoexperts
Especialista em fisioterapia em oncologia e saúde da mulher - COFFITO
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