Atividade física durante o tratamento: Escolha a sua e pratique. Parado é que não pode ficar
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Praticar exercícios físicos é fundamental à saúde de qualquer pessoa - crianças, adultos, idosos, pacientes com câncer ou não. Entre tantos outros benefícios, melhora os padrões cardiorrespiratórios, ajuda a prevenir a hipertensão, a osteoporose e a controlar o peso.
A verdade já está mais do que dita e reafirmada, mas em época de Olimpíadas, vale lembrar-se desse imperativo e ‘cutucar’ os sedentários de plantão. Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) há alguns anos constatou que 57% dos brasileiros entre os 60 e 70 anos não pratica qualquer atividade física; na faixa dos 45 aos 59, 53% são sedentários e o índice cai um pouco nos mais jovens.
Aos que estão passando por tratamento de um câncer, não existe qualquer recomendação contra a prática de atividades físicas. Muito pelo contrário. “Ela colabora com o controle da ansiedade, melhora o estado de humor, a autoestima, a confiança e ajuda a mandar o cansaço para escanteio”, diz a Presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz.
Xô fadiga - A atividade física é uma a melhores maneiras de evitar a fadiga, um dos principais efeitos adversos da radioterapia. Parece estranho? Mas não é. O Oncologista Clínico do Hospital A.C.Camargo, Dr. Vladmir Cordeiro de Lima, conta que alguns estudos constataram que, para evitar a fadiga, as atividades aeróbicas - como corrida, caminhada, bicicleta e dança - são muito eficazes. Também, diz o oncologista, aos pacientes que sofreram alguma mutilação, o exercício ajuda a melhorar os sintomas pós-cirúrgicos, “Como reposicionar a coluna vertebral, por exemplo”, complementa.
Quem decide é você
É muito importante que o paciente converse com o oncologista sobre a sua intenção de praticar exercícios físicos e, a partir das orientações médicas, defina o ‘peso e a medica’ da atividade. “Quem vai ditar o que o paciente pode fazer é ele mesmo, conhecendo e respeitando os limites do seu corpo. Como nas caminhadas, por exemplo; o paciente começa de manso e vai aumentando a frequência conforme se sinta habilitado”, acrescenta Dr. Vladmir. Quando se sente cansado, orienta o oncologista, é só diminuir a intensidade. Mas atenção: Parar é que não pode. É para DIMINUIR a o ritmo!
A aromaterapeuta Dorothea Rentel, 54, que terminou o tratamento de um câncer de mama no final de 2011, sempre ouviu e entendeu aos recados do corpo. Adepta (desde sempre) à prática de atividades físicas, ela não parou a malhação durante a passagem pela doença. “Sempre, sempre, cuidei da minha saúde. Alimento-me de forma balanceada e pratico exercícios constantemente. Durante o tratamento não foi diferente. Nos dias em que estava disposta eu corria ou jogava tênis, quando meu corpo era acometido por dores e fraquezas, eu andava”.
E reitera: “Até dançar eu dancei! Ligava a TV na MTV e dançava muito. Adoro dançar!”.
A professora aposentada Maria Janir, 60, é uma baiana arretada. Faladeira, dedicada, sexóloga e maratonista. Sim, maratonista. Maria Janir corre 8 km por dia (todos os dias da vida) e, durante o tratamento, não deixou de praticar a atividade. “Eu só diminui o ritmo. Corria em média 6 km, é claro, nos dias em que me sentia disposta”. Em tratamento hormonoterápico para um câncer de mama, a aposentada correu na última São Silvestre. “Corri sim! Meu filho ficou preocupado, mas sem necessidade. Eu estava ótima”.
Após a cirurgia: Quando começar?
A melhor hora para reiniciar (ou iniciar) a prática de atividades físicas após a cirurgia de um câncer deve ser discutida com o cirurgião.
“Não há uma definição, é caso a caso. Algumas pessoas precisam aguardar dois meses após a cirurgia, outras quinze dias”, diz o oncologista. Ele reitera que às pacientes que passaram por cirurgia e quimioterapia para os cânceres de mama e endométrio é ainda mais importante evitar o sedentarismo. “Sabemos que são cânceres associados ao sobrepeso, que por sua vez está ligado a um risco maior de recaída”.
Evite durante a quimio
São poucas as contra-indicações aos pacientes em quimioterapia. Como o tratamento os deixa imunossuprimidos e, portanto, mais suscetíveis a infecções, exercícios na água como natação, hidroginástica e surf devem ser evitados. “Também, como as plaquetas caem, é melhor pausar os exercícios de risco, como o alpinismo”, diz Dr. Vladmir.
Dicas da Personal Trainer
A Personal Trainer do Rio Grande do Sul, Cristina Cavasotto, já orientou pessoas em tratamento para o câncer e tem algumas recomendações aos pacientes. Ela chama atenção para a importância dos hábitos alimentares saudáveis (dieta alcalina). “A boa alimentação é importante tanto para atividade física do paciente, já que o seu corpo está debilitado e, portanto, precisa mobilizar fontes energéticas para manter a atividade muscular, quanto para o bom andamento do tratamento”.
Veja mais recomendações da profissional, aos pacientes acompanhados por um personal trainer, ou aos adeptos da academia:
* Sempre relatar ao professor, antes de iniciar o treinamento/aula, sintomas e dores de qualquer tipo ou evento anterior que impacte na performance;
* Manter diálogo aberto e transparente indicando desconfortos durante a atividade, para que o profissional possa readequar ou optar por outras formas de realizar os movimentos, alcançando os resultados esperados.
Fonte: Oncoguia