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Câncer e vício: veja alguns mitos e verdades sobre a maconha

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A maconha é um medicamento natural poderoso ou uma entidade perigosa e desconhecida? Bem, tudo depende de como você analisa. Por isso, o site Weather levantou a discussão.

"Há uma enorme variação de seus efeitos entre os pacientes", explica Kari Franson da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos. Segundo um estudo de J. Michael Bostwick, da Mayo Clinic, a maconha é capaz de reduzir dor, naúsea e atenuar outros sintomas de pacientes com diversas doenças.

No entanto, as pesquisas sobre o uso médico da erva esbarra nos impactos individuais da maconha e ainda na discussão política e social da legalização da droga. "As descobertas farmacêuticas são frustradas por posicionamento governamental e ideológico", afirma Franson.

A maconha é usada com fins terapêuticos desde a década de 1930 nos Estados Unidos e, neste período, várias descobertas positivas e negativas foram feitas. Confira 15 delas listadas abaixo:

Maconha mata câncer

Tetra-hidrocanabinol, conhecido como THC, é o ativo encontrado na erva e tem efeitos que podem ajudar a destruir um tumor. "Estudos em animais mostraram que ajuda a diminur o crescimento das células cancerígenas no cérebro, pulmão, mama, próstata e tireoide", explica Dr. Donald Tashkin, pneumonologista da Universidade de Los Angeles, que estuda a maconha no campo médico há 30 anos. De acordo com ele, o consumo da erva promove a morte lenta de algumas células, o que evita que aquelas doentes cresçam rápido demais aumentando os tumores. Apesar do resultado, o Dr. Tashkin alerta que fumar, qualquer que seja o produto, é prejudicial aos pulmões.

Maconha suprime o sistema imunológico

Um dos pontos negativos da maconha é ser um conhecido imunossupressor das células do pulmão e, portanto, prejudicial na prevenção de doenças respiratórias. "Biópsias mostram que há uma perda substancial das células das vias aéreas, que acabam sendo subsitutídas por células secretoras de muco que, por sua vez, prejudicam os mecanismos de defesa", explica o especialista.

Maconha piora transtornos mentais, como a esquizofrenia

Apesar dos usuários falarem dos benefícios nestes casos, a pesquisa conduzida pelo Dr. Tashkin alega que o consumo agrava os problemas de saúde mental, como transtorno bipolar e esquizofrenia. "Se a pessoa tem algum traço de psicose, particularmente a esquizofrenia, a maconha induz esse quadro", explica. Ele afirma ainda que este mal é pequeno e comumente também causado por outros produtos e medicamentos usados legalmente.

Maconha deixa as pessoas "devagar"

A maioria das pessoas pensa que a maconha as desacelera, mas na verdade o uso aumenta a frequência cardíaca em 16 batimentos por minuto. "Por isso quem fuma altas doses experimenta claros sinais de ansiedade e paranoia", explica Franson. A sensação de estar mais devagar vem da redução das funções cognitivas de curto prazo e comprometimento motor.

Sim, maconha faz mal para os pulmões...

Segundo o especialista, o prejuízo não tem nada a ver com câncer de pulmão, mas sim aos riscos respiratórios da inalação. "Sabemos que não há riscos cancerígenos na maconha como há nos cigarros de tabaco vendidos, mas sabemos também que usuários recorrentes da erva têm alterações nas vias aéreas que fumantes de cigarros legalizados não apresentam", explica.

... mas não como os cigarros de nicotina

Dr. Tashkin explica que "não há absolutamente nenhuma comparação" entre a segurança de fumantes de maconha e cigarro. Cigarro é o maior causador de mortes nos Estados Unidos, ao passo que não há ligação entre maconha e câncer de pulmão. "Sou pneumonologista, então preferiria que as pessoas não fumassem nada, mas do ponto de vista ético o tabaco é muito mais prejudicial mesmo sendo legal", afirma.

Bolos de maconha causam paranoia e agitação

Recentemente, um estudante universitário no Colorado, Estados Unidos, se matou após consumir um bolo de maconha, segundo o The Denver Post. Seus amigos disseram que ele estava agitado demais. Agitação, aliás, é um dos efeitos que a maconha causa quando é consumida em doces, como brownie, ao contrário do que geralmente acontece quando é fumada. Comer a erva aumenta ainda os quadros de paranoia e tontura. Além disso, o efeito não é instantâneo, por isso as pessoas costumam comer demais, o que potencializa estes sintomas.

Controle governamental nos EUA

Toda a maconha usada para fins medicinais nos Estados Unidos é cultivada no Coy W. Waller Laboratory Complex na Universidade do Mississippi. O local trabalha em parceria com o Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas desde 1968 plantando e processando toda a erva usada no país. Segundo o especialista Mayo's Bostwick esta medida é prejudicial para as pesquisas já que todo o material vem do mesmo lugar e é igual. No entanto, mesmo assim, a erva causa efeitos diferentes nas pessoas.

Crianças também consomem

Desde a legalização do uso medicinal da maconha nos Estados Unidos, crianças com sérios problemas de saúde, como epilepsia, consomem a erva para ajudar na redução dos sintomas. A liberação no Colorado fez com que várias famílias se mudassem para lá a fim de terem acesso mais fácil à droga no tratamento dos filhos (o número de crianças consumidoras teria saltado de 50 para 200). Especificamente, estas crianças consomem varições do ativo encontrado na maconha e que têm efeitos alucinógenos mínimos.

Pode ser usada em tópicos

Algumas pessoas fazem uso de pomadas e loções da erva para alívio de dor e inflamações. Usada dessa maneira, ela não tem os efeitos alucinógenos que inalada e, segundo o fabricante (Apothecanna), sua presença não é acusada em exames de drogas.

Maconha interrompe danos cerebrais (em ratos)

Doses extremamente baixas de THC podem proteger o cérebro dos roedores de danos cognitivos de longo prazo causados por prejuízos depois de falta de oxigênio, convulsões, drogas tóxicas e álcool.

Pode prejudicar o QI em adolescentes

Alguns estudos relacionam QI menor e pobreza de habilidades cognitivas em adolescentes que fumam maconha. "Esta evidência não é muito clara porque os jovens podem ter essa condição desde a infância. No entanto, deve-se levar em consideração para estudar os efeitos a longo prazo", explica Dr. Tashkin.

Maconha vicia

A maioria dos usuários não são dependentes da droga, escreveu J. Wesleu Boyd em seu estudo intitulado "Psychology Today". No entanto, para algumas pessoas o hábito se torna destrutivo para a vida. "Maconha é minha vida, minha família, minha namorada e meu passatempo", relatou um paciente ao Dr. Boyd. Além disso, aguns usuários experimentam sintomas de abstinência, como taquicardia e irritabilidade, quando tentam parar de consumir.

Não é possível ter uma overdose de maconha

A maconha traz prejuízos à saúde, mas a erva em si não é causa de morte. Margaret Haney, professora de neurologia da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e diretora do laboratório de pesquisa sobre a droga, disse ao site TheWeek.com que nunca viu alguém morrer de overdose de maconha nem perder a vida devido a uma reação alérgica ao consumo. Na contramão, em estudo sueco feito com mais de 45 mil homens mostra um aumento na taxa de mortalidade de usuários nos últimos quinze anos.

Porcos comem maconha em Butão e no estado de Washington

Rumores dizem que em Butão, pequeno país localizado no sul da Ásia, os porcos se alimentam da erva simplesmente porque ela cresce de forma descontrolada e selvagem nos campos da região. No estado americano de Washington, um fazendeiro começou a dar a erva aos seus animais com o objetivo de fazê-los ganhar peso mais rápido devido ao famoso sintoma da "larica", a fome que surge após o consumo da erva. "De todas as coisas malucas que já vi em meus 37 anos, esta é a mais idiota", afirmou o professor de veterinária da universidade local, John P. McNamara.

Portal Terra

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