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De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde, a fisioterapia em oncologia é especialidade que tem como objetivo preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico. O profissional dessa área deve saber lidar com as sequelas causadas pelo câncer e pelo próprio tratamento. Exercícios favorecem o tratamento da dor e evitam o desenvolvimento de complicações musculares, respiratórias, motoras e circulatórias.
Segundo o médico Délcio Scandiuzzi, presidente do Hospital Dr. Hélio Angotti, a instituição possui hoje equipe multiprofissional dotada de um Departamento de Fisioterapia, com 13 profissionais. “Nas últimas décadas, os protocolos de tratamento do câncer mudaram. Saímos de uma terapêutica com muitas amputações e hoje nos dedicamos à radioterapia mais precisa e à quimioterapia mais sofisticada que prolongam vidas”.
A fisioterapeuta Ana Cláudia Resende Arduini, responsável técnica do departamento, explica que os fisioterapeutas complementam o tratamento de todos os tipos de câncer realizado por médicos, enfermeiros, técnicos, farmacêuticos, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas. “Os profissionais realizam atendimento fisioterapêutico com o objetivo de evitar complicações pulmonares e osteomusculares, entre outras. E também auxiliam no processo de melhora clínica visando à reabilitação dos pacientes nas enfermarias e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Devido aos bons resultados no desempenho da equipe durante o acompanhamento dos pacientes internados, o número de prescrições diárias de fisioterapia quase dobrou nos últimos meses”, ressalta.
A especialista destaca que as indicações para assistência fisioterapêutica são determinadas pelas disfunções causadas de acordo com o tumor do paciente, assim como pelos tipos de tratamento adotados para cada caso. A radioterapia, indicada tanto para o tratamento exclusivo da doença quanto para a complementação dos outros tratamentos, pode acarretar fibrose, processo de cicatrização ou degeneração que leva à restrição de movimento, edemas e disfunções respiratórias, entre outras.
Diversos tipos de quimioterapias podem causar disfunções no funcionamento de nervos periféricos, fibrose pulmonar e doenças no músculo do coração. O uso prolongado de corticoides pode resultar em quadros de doenças musculares e osteoporose. Já a cirurgia visa não apenas a remoção do tumor, mas também dos tecidos sadios próximos, a fim de evitar a permanência de doença, porém pode gerar sequelas em sensações, motoras, vasculares ou respiratórias.
Ana Cláudia afirma que a assistência fisioterapêutica ao paciente em tratamento oncológico deve ter início antes da operação, visando o preparo para o procedimento e a redução de complicações. Durante o período de internação, o enfoque é prevenir, minimizar e tratar complicações respiratórias, motoras e circulatórias. Além disso, a dor é uma das queixas mais frequentes do paciente oncológico, devendo ser controlada e tratada em todas as etapas da doença, através da fisioterapia.
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