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O câncer de pulmão, de doença rara no passado, transformou-se numa doença freqüente e letal. Dados epidemiológicos do INCA (2012) mostram que 12% dos óbitos por câncer no Brasil foram devido a câncer de traquéia, brônquios e pulmões.
O câncer de pulmão é causado, em sua grande maioria, pela exposição do paciente aos carcinógenos da fumaça do tabaco e estudos afirmam que o risco está associado à duração do hábito, quantidade e tipo de cigarro fumado por dia. Outros fatores como exposição a poeiras minerais, sílica, asbesto, pesticidas, radiação ionizante e certos agentes industriais (arsênico e crômio), também foram relacionados ao câncer de pulmão no Brasil. É uma das neoplasias com menor taxa de cura, devido às dificuldades no seu diagnóstico precoce.
Para o tratamento é realizada uma ressecção cirúrgica, sendo que o tipo (lobectomia- retirada de um lobo pulmonar ou pneumectomia- retirada do pulmão todo) é escolhido conforme a localização do tumor. A cirurgia pode trazer várias complicações, como por exemplo: dor, retenção de secreção, pneumonia, embolia pulmonar, arritmias cardíacas, infecção da ferida cirúrgica, hemorragia, fístula broncopulmonar e enfisema subcutâneo e na presença destas complicações, a taxa de mortalidade aumenta.
Vários estudos ressaltam a relevância da fisioterapia na recuperação cirúrgica e existem inúmeros procedimentos utilizados para tratamento e prevenção de complicações pulmonares, dentre os quais, destacam-se: Ajuste correto dos parâmetros ventilatórios e desmame da ventilação mecânica, manobras de higiene brônquica, manobras de expansão pulmonar e a mobilização precoce. Esses procedimentos melhoram significativamente a função respiratória e, desta forma, contribuem para a recuperação do indivíduo. O objetivo da reabilitação pulmonar é diminuir as disfunções e incapacidades nesses pacientes, diminuir permanência hospitalar e consequentemente, minimizar os riscos de infecção.
No pós-operatório há uma alteração nos mecanismos de defesa (tosse e defesa das vias aéreas) e desta forma, diminuição na expulsão de secreções e partículas estranhas, e por isso, a tosse é encorajada, apesar da dor e medo do paciente, para minimizar o acúmulo de secreções, mesmo que haja aumento nas pressões intratorácicas criadas durante a mesma.
A respiração correta promove o relaxamento da musculatura respiratória acessória e contribui, desta forma, para a diminuição do quadro de dor. Os exercícios de expansão torácica podem ser encorajados com estimulação proprioceptiva pela colocação da mão- tanto a do paciente como a do fisioterapeuta - sobre a região da caixa torácica onde o movimento do tórax deve ser incentivado.
Os inspirômetros de incentivos são utilizados na tentativa de reduzir complicações pulmonares pós-operatórias e tem por objetivo prevenir o aparecimento de atelectasias (áreas de fechamento dos alvéolos) por encorajar o paciente a realizar inspirações profundas sustentadas. Esta técnica tem sido bastante empregada no pós-operatório de pneumectomias, pois proporciona um feedback visual do exercício realizado e motiva o paciente a atingir marcas pré-estabelecidas. No entanto, o uso do controle respiratório e exercícios de expansão torácica com inspiração sustentada devem ser incentivados, e quando combinados com deambulação podem ser mais efetivos na prevenção de complicações pulmonares pós-operatórias. Para reexpansão pulmonar, pode ser utilizado ventilação mecânica não-invasiva, de acordo com a liberação do médico.
O tratamento fisioterapêutico é composto por uma combinação de técnicas de expansão pulmonar e também tem intuito de ensinar determinados procedimentos ao paciente, de forma que ele possa realizá-lo de forma independente, com aumento da velocidade do processo de recuperação, bem como possibilidade de continuidade após alta hospitalar. O paciente hospitalar deve ser orientado a se perceber como parte importante do sucesso em seu tratamento. Se o isto ocorre antes da alta hospitalar, tanto o paciente quanto o fisioterapeuta terão confiança de que o tratamento continuará efetivamente. Além de trazer maior conforto ao paciente durante o período de internação, a fisioterapia possibilita ao paciente aprender exercícios que podem ser realizados de forma independente após a alta hospitalar para continuidade dos exercícios em ambiente domiciliar, melhorando assim a qualidade de vida desse paciente e permitindo a continuidade do seu tratamento oncológico.
Dra. Cíntia Freire Carniel CREFITO/3 43.408 F
Fisioterapeuta intensivista e mestre pela SOBRATI Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva,
Docente da pós graduação em Urgência e Emergência da Faculdade Anhanguera Educacional,
Supervisora de estágio da Graduação e Fisioterapeuta responsável pela Residência Multiprofissional em Atenção ao Câncer da Faculdade de Medicina do ABC FMABC.
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