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Linfoma: do diagnóstico preciso à terapia-alvo

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Tratamentos avançados garantem melhor qualidade de vida a quem tem linfoma,mas demora no diagnóstico traz dificuldades para o tratamento

Pesquisa mostra que pacientes demoram até seis meses para começar o tratamento adequado para linfoma

Em todo o mundo, o tratamento do câncer está evoluindo para condutas terapêuticas cada vez mais personalizadas. Atualmente, após o diagnóstico da doença é possível realizar exames específicos para identificar o tipo de tumor de cada paciente e, a partir daí, o médico pode indicar o tratamento mais apropriado. No caso do linfoma de Hodgkin, que geralmente acomete adolescentes e adultos jovens, embora as chances de cura sejam altas, a expectativa de sobrevida pode reduzir drasticamente para os indivíduos que não respondem às terapias convencionais, o que traz um impacto emocional enorme para os pacientes, seus familiares e amigos.

Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE) mostrou que 68% dos pacientes procuraram o médico menos de 1 mês após identificar os primeiros sintomas, porém o tratamento demorou mais de 6 meses para ser iniciado em 42% dos casos. Quando se lida com uma doença rara e grave como o linfoma, cada dia de tratamento faz muita diferença.

Além disso, segundo o hematologista Otávio Baiocchi, chefe da Disciplina de Hematologia e Hemoterapia do Hemocentro da UNIFESP/Hospital São Paulo, com o aumento do número das terapias personalizadas, cada vez mais torna-se preponderante o papel do patologista para definir o tipo correto e fazer com que paciente receba o tratamento mais adequado. "O diagnóstico de linfoma e a definição correta dos seus subtipos não é fácil, e cabe ao patologista esta tarefa. No Brasil, existe uma carência muito grande de patologistas especializados no diagnóstico de linfomas", alerta Baiocchi.
Iniciativas para garantir que os serviços de saúde tenham patologistas treinados e em número suficiente para fazer essa análise de modo rápido e assertivo estão sendo desenvolvidas em todo o Brasil. Uma delas é o HEMO.Educa Linfomas, programa de educação e desenvolvimento continuado à distância criado pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH). Voltado para hematologistas, hemato-patologistas, residentes de hematologia e profissionais da saúde envolvidos no tratamento de doenças hematológicas, seu objetivo é possibilitar treinamento aos participantes por meio de acesso a conteúdos científicos e aulas pela internet. Criado em 2013, o programa já formou mais de 445 profissionais.

Novidades no Tratamento

No Brasil, a mais recente inovação é o lançamento de Brentuximabe Vedotina, medicamento desenvolvido pela Takeda para o tratamento de linfoma de Hodgkin(LH) e linfoma anaplásico de grandes células sistêmico (LAGCs) recidivados e refratários. A nova droga faz parte das terapias-alvo com ação específica nas células tumorais preservando as células sadias, causando menos efeitos colaterais. É uma nova opção para pacientes que antes não tinham tratamentos bem-sucedidos. Brentuximabe Vedotina foi aprovado pela Anvisa em setembro de 2014 e está previsto para começar a ser distribuído no Brasil a partir do ano que vem. Trata-se da primeira grande novidade nessa área nos últimos 20 anos, suprindo uma necessidade não atendidada para pacientes com estas duas patologias.

A aprovação pela Anvisa foi baseada em dados de estudos que constataram uma resposta global em 75% dos pacientes com uma taxa de resposta completa de 33%, além de um tempo médio de sobrevida global (SG) de mais de três anos (40,5 meses) em pacientes politratados com LH recidivado ou refratário após transplante autólogo de células tronco (TACT) que receberam tratamento com Brentuximabe Vedotina. Além disso, em outro estudo com o medicamento, após um acompanhamento médio de 33,4 meses, mais da metade dos pacientes (64%) com LAGCs recidivado ou refratário ainda estavam vivos. As reações adversas mais frequentemente observadas em pacientes que recebem este tratamento foram: neuropatia sensorial periférica, fadiga, náuseas, diarreia, neutropenia, vômitos, febre e infecção do trato respiratório.

Não se trata apenas de um incremento, mas sim de uma inovação capaz de mudar a forma como a doença é tratada, pois até então, os pacientes que não apresentavam resposta com os remédios disponíveis tinham opções muito limitadas ou nenhuma alternativa de tratamento, afirma Baiocchi. Brentuximabe Vedotina tem uma ação específica, que destrói as células cancerosas de dentro para fora. Esse agente se liga a uma chave (antígeno) na superfície da célula doente e depois é transportado para seu interior. Uma vez lá dentro, libera seu princípio ativo levando à ruptura da célula e sua morte por apoptose (morte celular programada). Já em uso na Europa, Estados Unidos, Canadá entre outros 40 países, a droga representa uma esperança a pacientes que não tinham sucesso no combate a esses tipos de câncer. Só é preciso garantir a eles o acesso ao tratamento.

Tipos de Linfoma

Linfoma Não-Hodgkin (LNH): neoplasia do sistema linfático na qual as células brancas do sangue, responsáveis pelas defesas do organismo, começam a se modificar e multiplicar sem controle, formando tumores. Pode ser indolente (de crescimento lento), agressivo (de crescimento rápido) ou possuir características de ambos os tipos. A estimativa do INCA é de 9.790 novos casos de LNH no Brasil em 2014.

Linfoma de Hodgkin (LH): câncer raro e altamente curável do sistema linfático, mais comumente observado em adolescentes e adultos jovens. A doença surge quando um linfócito se transforma em uma célula maligna, capaz de crescer descontroladamente e multiplicar-se pelo organismo. A cada ano, mais de 62.000 casos de LH são diagnosticados no mundo - aproximadamente 4.000 novos casos no Brasil* -, 60% dos quais em homens e 40% em mulheres.

Linfoma Anaplásico de Grandes Células (LAGC): Subtipo de linfoma não-hodgkin, muito raro e agressivo que acomete principalmente os nódulos linfáticos. Existem dois tipos diferentes de LACG, o cutâneo primário e o sistêmico.

Referências:

Chatenoud L, et al. Hodgkin's lymphoma mortality in the Americas, 1997-2008: achievements and persistent inadequacies. Int J Cancer. 2013 Aug 1;133(3):687-94.

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA[Internet]. Rio de Janeiro (RJ): Ministério da Saúde;1996-2014 [cited 2014 Nov 19]. Available from: http://goo.gl/wwbt

Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE) [Internet]. São Paulo (SP): ABRALE; 2014 [cited 2014 Nov 19]. Available from: http://www.abrale.org.br/

Gopal AK, et al. Three-year follow-up data and characterization of long-term remissions from an ongoing phase 2 study of brentuximab vedotin in patients. Blood. 2013; 122 (21): A4382.

Rothe A, et al. Brentuximab vedotin for relapsed or refractory CD30+ hematologic malignancies: the German Hodgkin Study Group experience. Blood 2012; 120: 1470?1472.

Pro B, et al. Three-year survival results from an ongoing phase 2 study of brentuximab vedotin in patients with relapsed or refractory systemic anaplastic large cell lymphoma. Blood. 2013; 122 (21): A1809.

Fonte:Jornal Dia a dia

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