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Quando o tempo torna-se inimigo da cura

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O câncer é uma doença, que, na maioria das vezes, aparece no organismo de forma silenciosa. Cerca de 80% por cento dos casos diagnosticados chegam até o especialista em estágio avançado, impossibilitando o sucesso do tratamento, o que diminui as chances e cura. A falta de estrutura dos sistemas de saúde remete à precariedade dos equipamentos e a limitação de experiência em diagnóstico clínico dos profissionais da área (médicos). Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 140 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil vítimas da doença.

Apesar dos inúmeros avanços na oncologia referentes ao diagnóstico e ao acompanhamento terapêutico, eles pouco mudaram a visão do câncer como uma das doenças mais ameaçadoras e mortais e que é atrelada, ainda hoje, a diversos simbolismos negativos relacionados à morte, sofrimento e solidão.

O estágio avançado, além de ter um tratamento dispendioso, invasivo, causa a maior parte das mutilações. São estes casos que chegam aos hospitais, ao independer da maior ou menor complexidade de meios diagnósticos, bem indica a organização e o acesso a esse tratamento. O câncer de boca, de fácil diagnóstico, é próprio de pessoas de baixa renda, tabagistas e alcoólatras. Ele teria diagnóstico mais precoce, caso essas pessoas tivessem melhor instrução, melhor alimentação e maior acesso à assistência médica. Porém, assim tendo, certamente elas não desenvolveriam câncer de boca.

Parcela desta situação é referente à falta de informação e medidas preventivas improvisadas. De acordo com o médico oncologista José Carlos de Oliveira, coordenador do Registro de Câncer de Base Populacional, "é um problema cultural, pois o próprio paciente boicota o tratamento adequado, procurando medidas de tratamento que ‘camuflam’ o verdadeiro problema, ocasionando a piora da situação. Por exemplo, um homem com mais de 50 anos, fumante e hábitos pouco saudáveis, aparece com dor de garganta, o que vai acontecer é que, ou ele vai se automedicar (com gargarejos, chás, uso indiscriminado de antibióticos, etc.) ou procurar um clínico geral que vai orientá-lo ao uso de alguma substância farmacêutica”.

Além da precariedade de informações, um fator que chama a atenção é referente a diferença de classes sociais. Uma premissa, relativamente coerente, pois o poder aquisitivo traz conforto e qualidade de vida para aqueles que gozam desta situação, logo, os que dependem dos sistemas públicos acabam carentes de atendimento especializado e infraestrutura.

Segundo o Inca, os casos de diagnóstico tardio não são ocasionados apenas em adultos, "muitas crianças e adolescentes com câncer chegam ao centro especializado de tratamento com a doença em estágio avançado por diversos fatores: desinformação dos pais, medo do diagnóstico de câncer, desinformação dos médicos. Algumas vezes o diagnóstico é feito tardiamente porque a apresentação clínica as características de determinado tipo de tumor pode não diferir muito de doenças comuns na infância. Por isso, o conhecimento do pediatra acerca do câncer é determinante para um diagnóstico seguro e rápido”.

Desenvolvimento X Qualidade de Vida

Os demonstrativos informam que a situação do câncer se estendeu, primeiramente nos países desenvolvidos até chegarem às fronteiras em desenvolvimento – em exemplo o Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.

Estabelecendo-se como um indicador sócioeconômico, e vendo-se o aumento da expectativa de vida e o desenvolvimento industrial como os dois maiores fatores relacionáveis com ele, o câncer também passa a ser um indicativo da condição geral de saúde de uma população: "Se as pessoas vivem mais tempo, é porque foram superadas as causas de morte precoce, típicas do subdesenvolvimento. Porém, se as pessoas vivem mais e se expõem mais a fatores de risco de câncer, é porque as suas condições de vida não são tão saudáveis como poderiam ser”, esclarece José Carlos.

Nas mulheres, temos as seguintes variedades e incidência da doença de forma decrescente: câncer de mama, útero, cólon e tireóide. Nos homens: câncer de próstata, pulmão, estômago e cólon.

Câncer de Colo de Útero

Nesse sentido, o retardo no diagnóstico ocasiona tratamentos mais agressivos e menos efetivos aumenta o comprometimento físico e emocional da mulher e toda sua família, os custos com internações e utilização de medicamentos e, consequentemente, eleva os índices de mortalidade por esse tipo de câncer. Isso ocorre, dentre outros motivos, devido ao fato de uma grande parte das mulheres brasileiras não se submeterem regularmente ao exame preventivo do câncer do colo do útero, por vergonha, medo ou falta de informação, ficando, assim, à margem das ações de prevenção e detecção.

Câncer de Próstata

O sexo masculino é mais propenso a determinados problemas de saúde, em especial, o de próstata, ainda é o que mais assusta pela incidência crescente entre a população masculina adulta. Conforme dados do Inca, foram mais de 60 mil novos no ano passado, estimativa que deverá se confirmar também para 2013. É o segundo tipo de tumor que mais atinge os homens no Brasil e, no mundo todo, é o sexto mais comum, afetando geralmente as pessoas com mais de 65 anos. O diagnóstico tardio e a falta de estímulo para prevenção, favorecidas pela resistência ao exame de toque, ainda são as principais causas para elevar o número de óbitos. Em 2010, por exemplo, foram confirmadas 13 mil ocorrências fatais no País.

De acordo com o médico urologista, Ernani Luis Rhoden, "embora com sintomas silenciosos, é importante estar atento para distinguir sinais, como jato urinário fraco e intermitente ou hesitação, de outras doenças prostáticas. A recomendação é que, a partir dos 45 anos de idade (40 anos para quem apresenta histórico familiar), o homem realize periodicamente os exames de rastreamento para câncer de próstata, através do teste Antígeno Prostático Específico (PSA), e do toque retal”.

Câncer de Pulmão

Entre os pacientes com câncer de pulmão, mais da metade descobre que tem a doença quando o tumor já está muito avançado. Foi o que indicou estudo realizado no Hospital A.C. Camargo Câncer Center, em São Paulo. Foram pesquisadas 944 pessoas que tiveram diagnóstico entre 2000 e 2007: 56% já apresentavam metástase (processo em que o tumor se espalha para outras partes do corpo). Neste tipo de câncer, 80% dos casos são provocados pelo fumo.

Apenas 22,3% dos pacientes analisados tiveram o diagnóstico ainda na fase inicial da doença. Destas pessoas, sete em cada dez permaneceram vivas após cinco anos de tratamento. Quando há metástase – quando o tumor se alastra para as demais localidades do corpo –, porém, a proporção cai para abaixo de uma para dez.

O médico José Carlos de Oliveira, diz que a explicação para a dificuldade de diagnosticar o câncer em fase inicial é a ausência de sintomas específicos para o tumor de pulmão. Ele ressalta que falta de ar, tosse, bronquite e enfisema são comuns em pessoas com mais de 50 anos que fumam há muito tempo, mesmo que não desenvolvam câncer. Por isso, pacientes com tumor de pulmão demoram em desconfiar que possam ter a doença.

Fonte: DM.com.br

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