As últimas pesquisas e aprovações de remédio reforçaram uma nova tendência na forma de enfrentar o câncer : é a imunoterapia. Antes restrita a poucos tumores, ela vem ganhando espaço, inclusive no Brasil. Confira novidades sobre o assunto para diferentes versões dessa doença:
Estômago
O câncer gástrico ganhou mais uma opção terapêutica: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso do pembrolizumabe, do laboratório MSD, nos tumores que atingem esse órgão do sistema digestivo. O mesmo fármaco já estava aprovado contra a doença instalada na bexiga, nos pulmões e na pele (melanoma).
“É mais uma arma que se soma ao nosso arsenal. Cada vez mais teremos notícias de novas aplicações dos imunoterápicos que já estão disponíveis no país”, prevê o oncologista Antonio Carlos Buzaid, da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.
Pele
A família da imunoterapia possui um novo membro: os brasileiros já podem contar com o avelumabe na luta contra o carcinoma de células de Merkel metastático, um tipo raro e agressivo de câncer dermatológico. O novo princípio ativo foi criado a partir de uma aliança entre duas gigantes da indústria farmacêutica: a Merck e a Pfizer.
“Até agora, não existia nenhum recurso padrão contra essa doença”, observa o oncologista Ricardo Blum, diretor da Merck no Brasil. Nos estudos, a medicação aumentou em mais de um ano a sobrevida de 70 a 90% dos indivíduos — a quimioterapia usada até agora só proporcionava nove meses extras nos melhores cenários.
Pulmões
Pesquisas apresentadas no recente congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) provam que juntar pembrolizumabe e químio é o melhor caminho para contra-atacar o câncer de pulmão em estágio avançado. A união das duas linhas terapêuticas foi capaz de reduzir em 51% o risco de morte. Esse esquema duplo já recebeu o aval para prescrição em terras brasileiras.
A conferência da Asco ainda trouxe dados animadores sobre esse tumor de pele, que costuma ser duro de tratar. Sujeitos que começaram a tomar o pembrolizumabe ou ipilimumabe (da Bristol Myers-Squibb) há quatro ou cinco anos continuam muito bem.
“Um terço dos casos mais graves pode até ser curado”, diz Buzaid. E pensar que algumas décadas atrás essa enfermidade matava em questão de meses…
Fonte: Saúde