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Álcool e tabaco aumentam os riscos de câncer de cabeça e pescoço

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30/09/13

No mês de agosto deste ano, o Ministério da Saúde (MS) divulgou dados da pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em 2012, a qual apontou que pela primeira vez a parcela da população brasileira acima de 18 anos que fuma caiu 20% nos últimos seis anos. O percentual de brasileiros fumantes alcançou o menor índice: 12%.
Apesar da baixa no índice, ainda existem inúmeras pessoas que são dependentes do cigarro, o qual, segundo o MS, assim como a má alimentação, o sedentarismo e o uso abusivo de álcool estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de infarto agudo do miocárdio, AVC e tumores malignos (câncer). Dentre os tipos de neoplasias (tumores) que podem ser desenvolvidas, principalmente devido ao uso de cigarros e álcool, estão os tumores malignos que se manifestam na região da cabeça e pescoço, como o câncer de boca, de laringe (cordas vocais) e de faringe (garganta).
Conforme o médico, cirurgião de cabeça e pescoço, doutor Daniel Garcia Raimundo, os tumores malignos (câncer) são aqueles capazes de invadir os tecidos, como ossos, artérias, veias, nervos, gânglios (ínguas), entre outros, e assim se disseminar por outras partes do corpo. Já os tumores benignos apenas crescem de tamanho, mas permanecem no mesmo local, geralmente não invadem outras partes do corpo. "O tumor maligno é agressivo, sendo que nos casos avançados é necessário retirar osso, cartilagem, ou seja, muitas vezes é necessário sacrificar alguma estrutura para poder retirar a doença totalmente. Tais estruturas poderiam ser preservadas na cirurgia se o diagnóstico fosse feito no estágio inicial da doença”, explicou.

Fatores de risco
Dentre os principais fatores que influenciam no aparecimento do câncer de cabeça e pescoço estão o consumo regular de álcool e tabaco. Segundo o cirurgião, 95% dos pacientes que apresentam câncer de cabeça e pescoço, exceto o câncer da tireoide, que tem outros fatores de risco, principalmente a genética, fumam, bebem ou possuem os dois vícios. Apenas 5% não fumam e não bebem.
O especialista também relatou que a área mais comum em que a doença se manifesta é a boca, que inclui a língua, o palato (céu da boca), as bochechas, as gengivas e os lábios. "Dentre as áreas agredidas pelo etilismo e tabagismo, a boca é o local mais comum de ser acometido por essa neoplasia maligna (câncer) e, dentro da boca, é na língua que a doença costuma se manifestar mais frequentemente”, explicou. Contudo, também é possível desenvolver tumores na laringe e faringe, sendo que a laringe é o segundo lugar mais acometido pelo câncer de cabeça e pescoço e também é a região anatômica onde estão localizadas as cordas vocais.

Sinais
Um cuidado que é preciso ter em relação ao aparecimento de câncer na boca é a presença de aftas ou feridas que em 15 dias não venham a cicatrizar. Segundo o médico, normalmente uma afta de origem inflamatória ou traumática, causada pelo próprio paciente, talvez com uma mordida ou queimadura decorrente da ingestão de algum alimento quente, em 15 dias deverá ter desaparecido. Caso a afta persista além desse tempo, a suspeita para câncer de boca aumenta muito. "Estes tipos de tumores são mais fáceis de detectar, porque o próprio paciente pode se examinar e notar o aparecimento de alguma ferida ou afta na boca que está demorando muito para cicatrizar”, alertou Raimundo. Caso seja uma lesão que possa ser câncer de boca, a pessoa deve procurar um médico especialista em cirurgia de cabeça e pescoço para fazer uma avaliação e, se necessário, fazer também uma biopsia, retirando um pequeno fragmento para análise em laboratório.
Já os indícios de um possível câncer na laringe ou faringe é a presença da voz rouca, pois quando um tumor atinge esta região, a manifestação mais comum é na voz (rouquidão). Outro sintoma é a sensação de haver um corpo estranho na garganta, algo que não "desce” ou está "agarrado”, podendo dificultar a deglutição dos alimentos e, também, a eliminação de escarro com sangue, porém este último sintoma geralmente ocorre em casos mais avançados da doença ao nível da laringe e ocorre também no câncer de pulmão.
De acordo com o médico, principalmente se a pessoa que fuma ou consome bebidas alcoólicas regularmente permanecer rouca por mais de duas semanas e não melhorar, mesmo após ter tomado medicamentos indicados por um clínico geral, deve procurar um cirurgião de cabeça e pescoço, o qual fará uma videolaringoscopia, exame de vídeo das cordas vocais realizado no consultório, que ajudará a verificar se existe a presença de um tumor.
"Infelizmente, uma grande parte, em torno de 50% ou mais dos tumores de laringe chegam aos consultórios já em estágio avançado, quando o paciente já perdeu o melhor momento para operar, vindo a ter maiores consequências do tratamento”, comentou.
Raimundo explica que nos casos mais extremos, em que o paciente tem um tumor já em estágio avançado na laringe (cordas vocais), muitas vezes é preciso fazer a laringectomia total (remoção de toda a laringe), uma cirurgia onde o paciente perde as duas cordas vocais acometidas pelo câncer. Contudo, mesmo nestes casos é possível restabelecer a voz. O médico explica que se pode colocar uma prótese fonatória, importada dos Estados Unidos, que liga a traqueia ao esôfago, permitindo ao paciente voltar a falar através da vibração do esôfago com uma qualidade vocal razoável.

Tratamento
A forma principal de tratamento do câncer de cabeça e pescoço é a cirurgia. "Principalmente no estágio inicial, a cirurgia para a retirada do tumor é fácil de realizar, sendo possível obter boas margens de segurança e, na grande maioria dos casos, sem deixar sequelas”, comentou.
Nos casos de câncer avançado, também o procedimento cirúrgico na maioria das vezes é o mais indicado, porém normalmente será complementado com radioterapia. "O tratamento para o câncer de cabeça e pescoço é essencialmente cirúrgico, podendo ser complementado com radioterapia pós-operatória adjuvante se necessário. A radioterapia e a quimioterapia como um tratamento único, sem a cirurgia, têm suas indicações para casos selecionados, principalmente para tumores de laringe sem metástases e, também, é reservada para os casos inoperáveis”, destacou.
Um sinal de que o tumor é agressivo e capaz de se disseminar pelo corpo, segundo Raimundo, é a presença de gânglios linfáticos aumentados (ínguas) no pescoço, os quais não doem e não desaparecem com o passar do tempo, pelo contrário, eles aumentam de tamanho. "Se a pessoa fuma ou bebe regularmente, tem mais de 40 anos e notar a presença de um caroço endurecido na região do pescoço, a primeira hipótese diagnóstica é que possa ser uma neoplasia (tumor), principalmente, maligna”, alertou.
Outro alerta do médico quanto ao aparecimento desses gânglios suspeitos é quando o paciente procura um profissional não especialista e este decide por remover um gânglio inteiro cirurgicamente para biopsia ao invés de encaminhá-lo para o especialista fazer a punção biopsia com agulha fina (PAAF) do gânglio. Quando é feita esta indevida remoção cirúrgica, se for realmente uma metástase de câncer de cabeça e pescoço, a doença acabará se disseminando devido à quebra das barreiras linfáticas e quando o paciente chegar ao especialista de cabeça e pescoço, suas chances de cura foram prejudicadas. "O gânglio está contendo o câncer e sua remoção deve ser feita através do esvaziamento cervical, retirando toda a gordura que está em torno dele e todos os outros gânglios adjacentes, pois se um gânglio está acometido pela doença, a probabilidade dos outros gânglios próximos terem câncer é alta. Além dos gânglios acometidos pela disseminação do câncer (metástases), também deve ser removido na mesma cirurgia o tumor primário da garganta ou da boca, ou seja, aquele que originou a disseminação para os gânglios e nunca deve ser removido apenas um gânglio metastático isoladamente para biopsia”, advertiu.

Prevenção
A melhor maneira de prevenir o aparecimento de câncer de cabeça e pescoço é evitar o consumo regular de álcool e tabaco. Contudo, se a pessoa não consegue abandonar esses vícios, o médico recomenda que, pelo menos a cada seis meses, ela realize um exame de videolaringoscopia com o especialista, pois caso surja um tumor na laringe ou faringe, ele será detectado em seu estágio inicial, facilitando o tratamento e com um melhor prognóstico. A videolaringoscopia também é fundamental nos casos de rouquidão com duração maior que duas semanas. Outra recomendação é o cuidado em perceber o aparecimento de aftas ou ulcerações na boca que demoram a cicatrizar, principalmente se a pessoa já tiver um histórico familiar de câncer, e procurar sempre, o quanto antes, um médico, de preferência um especialista da área, que é o profissional que estará apto a fazer as avaliações certas e indicar os tratamentos adequados.

Fonte: Diário do Sudoeste

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