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Antibióticos contra o câncer

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23/04/2018

 

Evitar o aparecimento de câncer de estômago simplesmente tratando uma bactéria. Existem evidências científicas que confirmam essa possibilidade. Mas com alguns cuidados. Câncer de estômago, ou câncer gástrico, é ainda muito frequente, principalmente em países orientais, como Japão, Coreia ou China, e em algumas regiões no Brasil.

O Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Câncer (Inca), publicou suas estimativas recentes para 2018. No seu relatório mais atual, os pesquisadores afirmam que "para o Brasil, estimam-se 13.540 novos casos de câncer de estômago entre homens e 7.750 nas mulheres para cada ano”.

A associação entre a presença de gastrite e infecção crônica do estômago pela bactéria H. pylori e a ocorrência de câncer foi confirmada há mais de 15 anos. A dúvida que persistia até recentemente era se a presença dessa bactéria era uma coincidência com o câncer, ou era a causadora do tumor. Outra dúvida imediatamente apareceu sobre a eficiência de se prevenir câncer de estômago erradicando o H. pylori.

Recentemente, dois estudos chegaram a conclusões mais claras para responder a essas dúvidas. Um estudo, realizado pelo Instituto Karolinska, na Suécia, liderado por doutor E. Doorakkers, e publicado na revista Gut, avaliou o registro nacional de câncer e observou 95.176 pacientes. O impacto de tratar eficientemente e erradicar a infecção reduziu o risco de câncer para um terço. 

Esta semana, outro estudo, longamente aguardado pela comunidade oncológica, foi publicado na revista New England Journal of Medicine, por um time de cientistas liderados por doutor IJ Choi, do Instituto Nacional de Câncer da Coreia do Sul.

Nesse estudo, pacientes infectados por H. pylori e com diagnóstico de câncer precoce ou tumores pré-cancerosos, todos retirados por endoscopia, foram sorteados para receber tratamento intensivo com antibióticos contra a bactéria, ou deixados sem tratamento específico. Após seguimento de vários anos, houve redução em, aproximadamente, 50% no risco de desenvolverem novos tumores gástricos.

Conversamos sobre essa pesquisa e seu impacto com a doutora Renata D’Alpino Peixoto, oncologista e coordenadora de Tumores Gastrointestinais e Neuroendócrinos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

CartaCapital: A infecção por H. pylori é frequente no Brasil?

Renata D’Alpino Peixoto: Sim. Esti-ma-se que ocorra em 70% da população brasileira.

CC: Ela está associada a vários problemas de saúde, não somente a câncer.

RDP: Realmente, essa bactéria é responsável por diversas doenças, tais como gastrites, úlceras e, mais raramente, câncer do estômago, o qual corresponde ao terceiro lugar na incidência de tumores malignos entre homens e em quinto entre as mulheres, aqui em nosso país.

CC: A associação entre a infecção por H. pylori e o câncer pode apresentar oportunidade de prevenção desses tumores?

RDP: Claro. Pensar em tratar, e com isso eliminar essa bactéria faz sentido quando se pensa em reduzir a incidência desse tipo de câncer. No Brasil, infelizmente, a maioria dos pacientes já apresenta tumor avançado no diagnóstico, quando a chance de cura é pequena.

CC: Como vê o estudo publicado pelo grupo de cientistas coreanos?

RDP: Esse importante estudo mostrou que pacientes diagnosticados com câncer de estômago precoce (algo não tão frequente no Brasil), tratados para a infecção por H. pylori, apresentam um risco menor de desenvolver um novo câncer de estômago quando comparados aos pacientes que não são tratados para essa bactéria (7,2% ante 13,4%).

Além disso, o tratamento para a bactéria resultou em um menor grau de inflamação da mucosa, a camada mais interna do estômago. Portanto, o estudo veio nos mostrar que é importante identificar tal bactéria e exterminá-la quando nos deparamos com um paciente que foi diagnosticado com um câncer ainda inicial.

Concordamos com a dra. Renata que esses estudos reforçam a necessidade de programas de avaliação de população de elevado risco para câncer de estômago, incluindo métodos de detecção precoce. 

Fonte: Carta Capital

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