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Atalhos para o atendimento do câncer

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29/01/2017

A incidência de câncer no Brasil vem aumentando de forma preocupante. Em 2016, foram cerca de 600 mil casos novos.

A boa notícia é que entre 50% a 60% dos pacientes com os vários tipos dessa doença podem ser curados, desde que recebam tratamento apropriado e, de preferência, que os diagnósticos sejam feitos nas fases mais iniciais de sua instalação.

Avaliando o que acontece no nosso SUS (Sistema Único de Saúde), que cuida de cerca de 75% da população, percebe-se que considerável parte dos usuários tem dificuldade de acesso aos exames diagnósticos e aos tratamentos mais eficazes, o que pode tornar incuráveis casos com eventual bom prognóstico, fora o sofrimento que a doença traz pelas suas manifestações clínicas.

Portanto, a pergunta crucial é como melhorar essa atual dinâmica, pouco virtuosa. O fato é que o SUS, de modo geral, não tem estrutura e condições operacionais para atender a já alta demanda dos pacientes com câncer, a qual é crescente.

Imaginar que se consiga reorganizar o sistema com a velocidade que a situação exige é utópico. Assim, só vejo um caminho para o momento atual: que sejam criados atalhos para diagnósticos e tratamentos.

Nas próximas linhas mostro o calvário do cidadão comum, procurando de certa forma gerar desconforto e indignação no leitor.

Em relação ao diagnóstico: o passo inicial seria fornecer aos médicos que atendem em unidades básicas de saúde, que é a porta de entrada do SUS, informações essenciais sobre os tumores mais comuns, a fim de que possam suspeitar da presença de câncer, algo que não está sistematizado.

O segundo passo seria criar um atalho no sistema para que exames solicitados sejam realizados com devida presteza (em geral, são exames de imagens e endoscopias, que têm enormes filas de espera). É evidente que médicos que recorrerem ao expediente de forma inadequada devem estar sujeitos a sanções.

O terceiro passo seria a avaliação do exame, que pode ser feita inicialmente pelo médico da unidade básica de saúde e, depois, por um especialista, para o qual o paciente é encaminhado em regime de atalho, dentro de um sistema de referência e contrarreferência que realmente funcione.

O acesso ao tratamento é o ato segundo do drama, uma vez que não é incomum que o paciente espere período além do aceitável antes de conseguir vaga em alguma instituição ligada ao SUS para ser tratado.

Equipes multidisciplinares, atuando em instituições com as condições mínimas para as atenções terapêuticas, bem como o uso de protocolos clínicos padronizados, têm que fazer parte da estrutura pública de atendimento do câncer quando se procura qualidade, algo imprescindível.

Quanto à reabilitação, fundamental para a recuperação pós-tratamento de alguns tumores, pode-se dizer que tende a ser um artigo de luxo no SUS.

Finalmente, é preciso salientar que câncer traz sofrimento físico e emocional para o paciente e que não raro este se estende também para sua família. Mais ainda, não se pode fugir do fato de que tanto o bom quanto o mau atendimento de portadores de câncer têm custos, que não são baixos. A questão não é gastar menos com os portadores de câncer, mas sim gastar melhor, para que cada real possa ser traduzido em benefício clínico.

O caminho via atalhos estruturados pode ser um importante passo.

Fonte: Folha de S. Paulo

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