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Barretos treina médicos para cirurgia com vídeo e robótica

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22/06/12

Henrique Prata, vice-presidente do Hospital do Câncer de Barretos, é um homem apaixonado por tecnologia e um dos maiores defensores da popularização das cirurgias minimamente invasivas no Brasil. Em busca do crescimento deste tipo de procedimento, que diminui em até 80% o risco de infecções, Prata fez em julho do ano passado uma parceria com o Institut de Recherche contre les Cancers de l"Appareil Digestif (Ircad), com sede na França, para treinar os profissionais do país. Até o final de 2012, cerca de 3150 médicos terão passado pelo centro no ano e estarão aptos a realizar cirurgias deste tipo.

Até hoje, 1,5 mil foram treinados no Brasil, 40% vindos do exterior. Esta é a terceira unidade do Ircad no mundo, depois de Estados Unidos e Taiwan, e segundo Prata o país só foi escolhido após passar por rigoroso crivo de Jacques Marescaux, presidente do Instituto na França. Itens como a reputação do hospital e o centro de pesquisa em
oncologia molecular contaram pontos a favor na decisão da instalação em Barretos.

Nestes centros, as aulas interativas permitem que um procedimento cirúrgico realizado em qualquer outro local do mundo possa ser observado e estudado em tempo real pelos profissionais. Para isso, a equipe do instituto acolhe, além de cirurgiões, engenheiros em robótica e cientistas da computação.

Benefícios

Para se ter uma ideia dos benefícios das cirurgias minimamente invasivas, uma operação convencional para tratamento de apendicite, por exemplo, requer de quatro a cindo dias de internação para que o paciente se recupere, enquanto no modelo defendido por Prata a alta ocorre no mesmo dia.

“Nos Estados Unidos há hospitais em que 95% de todos os procedimentos já são feitos por meio de vídeo ou robótica. No Brasil este percentual não chega a 3%”, diz Prata. No Hospital do Câncer de Barretos, no entanto, a realidade já é diferente. Lá, cerca de 40% das cirurgias já são minimamente invasivas e em casos como os relacionados ao sistema digestivo baixo e alto, o índice chega a 90%, de acordo com Prata. “O principal entrave para que o número cresça
ainda é a falta de profissionais capacitados”, afirma.

Médicos do SUS

Não são só médicos do sistemas privados que podem ter acesso aos cursos do Ircad, que custam entre R$ 3 mil e R$ 5 mil por semana. Por conta de um acordo com o governo, 30% das vagas são gratuitas e destinadas aos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), designados peloMinistério da Saúde e pela Secretaria Estadual de
Saúde de São Paulo.

Ao todo, o Ircad recebeu investimentos de cerca de R$ 60 milhões, aplicados em 7,2 mil metros quadrados de área construída, com auditório para 130 lugares, adequado ao ensino teórico, prático e telecirúrgico. Empresas como a Covidien, fabricante de instrumentos cirúrgicos, e a Karl Storz, de endoscópios, doaram os equipamentos que estão sendo utilizados no centro.

Brasil Econômico

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