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Câncer colorretal: sociedade americana defende fazer exames já aos 45 anos

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06/07/2018

 

Cinquenta anos costuma ser a idade de corte para pessoas sem sintomas ou histórico familiar começaram e fazer exames que detectam o câncer colorretal em seus primeiros passos. Mas a American Cancer Society (ACS) resolveu antecipar o início dos testes dos 45 anos em diante. Por quê?

Segundo a nova diretriz da ACS, nas últimas décadas têm se observado um aumento expressivo na incidência dos tumores de intestino em adultos mais jovens. Estima-se, por exemplo, que pessoas nascidas na década de 1990 possuem um risco quatro vezes maior de desenvolver câncer no reto (a porção final do intestino) do que as que vieram ao mundo nos anos 1950.

"Esse é um fenômeno global, mas especialmente relevante no Ocidente, em países desenvolvidos”, afirma o médico Henrique Fillmann, presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). "Não sabemos ao certo o motivo desse aumento nos casos, mas é possível que ele esteja ligado aos hábitos de vida modernos”, analisa.

Obesidade, sedentarismo, falta de fibras e excesso de carnes vermelhas na dieta estão entre as possíveis causas do câncer colorretal. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 36 360 novos casos da doença só em 2018.

Detalhes da nova recomendação contra o câncer colorretal

Cabe reforçar: pessoas sem sintomas ou histórico familiar devem começar a fazer exames para detectar o câncer colorretal a partir dos 45 anos, segundo a ACS. Mas quais testes são esses?

Uma opção defendida pela entidade americana – e pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia – é se submeter a uma colonoscopia. Se as imagens não acusarem nada, a pessoa só precisa repetir o procedimento após 10 anos, salvo outra indicação do médico.

Como alternativa, dá para associar o exame de sangue oculto nas fezes – um teste que avalia a presença de partículas de sangue no cocô que indicam lesões cancerosas – com a chamada retosigmoidoscopia flexível. Esse exame de imagem de nome complicado é, digamos, uma espécie de colonoscopia simplificada, que visualiza o lado esquerdo do intestino, onde se alojam a maioria dos tumores.

Nesse cenário, o ideal é repetir o exame de sangue oculto nas fezes todo ano e a sigmoidoscopia flexível, a cada três ou cinco anos.

A escolha entre esses métodos depende da estrutura dos hospitais locais, da cobertura do seguro, da fila de atendimento na rede pública e até de características pessoais.

O Brasil vai seguir essa diretriz?

A bem da verdade, as recomendações atuais da SBCP se assemelham com essa versão renovada vinda dos Estados Unidos. "O que muda mesmo é a idade em que começam os exames, que por aqui segue em 50 anos”, diferencia Fillmann.

Antes de implementá-la oficialmente no Brasil, seria necessário fazer um estudo do impacto da medida, tanto do ponto de vista de prevenção de mortes quanto do gasto que isso representaria. A decisão envolve sociedades e associações médicas e o próprio Ministério da Saúde.

Apesar disso, Fillmann acredita que, no futuro, essa antecipação de cinco anos deve desembarcar em terras verde-amarelas. "Aliás, já há médicos daqui sugerindo a prática para seus pacientes”, diz. É uma questão de o seguro ou o próprio indivíduo arcar com os custos.

E quem tem histórico familiar de câncer colorretal?

Aí a situação muda bastante e exige acompanhamento próximo do médico. Via de regra, a pessoa precisa começar os exames dez anos antes da idade em que o familiar foi diagnosticado com esse tumor – ou, no máximo, a partir dos 50 anos. A frequência dos testes também costuma ser maior.

"Mas o fato é que cada indivíduo deve receber uma orientação de acordo com suas características pessoais”, avisa Fillmann. Até porque outros problemas, como a doença de Crohn ou a retocolite ulcerativa, elevam o risco de nódulos malignos no intestino.

Sintomas do câncer colorretal

Fique atento a sangramentos, fezes escuras, fraqueza, perda de peso e mudança prolongada dos hábitos intestinais. Só tenha em mente que muitos desses sinais podem dar as caras só quando o tumor avançou bastante no organismo.

Fazer o rastreamento adequado da doença é, portanto, a melhor maneira de diagnosticá-la precocemente, o que aumenta pra valer as chances de cura.

Fonte: Saúde é Vital

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