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Câncer em jovens e crianças é mais agressivo, mas taxa de cura é maior

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18/10/2018

 

O cantor Michael Bublé anunciou recentemente a aposentadoria de sua carreira para estar mais presente na vida de seu filho Noah, 5, que foi diagnosticado com câncer de fígado aos três anos. Após cirurgia e quiomioterapia, o tumor foi eliminado, mas ele mantém acompanhamento médico.

No Brasil, o câncer infantil representa 3% do total, o que equivale a 12 mil casos novos por ano, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer).

A prevalência é de 16 para cada 100 mil crianças, entre 1 e 19 anos. 

Como a mortalidade infantil por doenças infectocontagiosas caiu no Brasil nas últimas décadas, o câncer se tornou a principal causa de morte de crianças no país.

Os tipos de câncer mais frequentes nessa faixa etária são a leucemia, os linfomas (tumores dos glânglios linfáticos) e o tumor cerebral.

A oncologista Cecília Costa, chefe do departamento de Oncologia Pediátrica do A.C.Camargo Cancer Center, explica que, embora o câncer em crianças evolua de forma mais rápida que no adulto, a taxa de cura é maior, de 70% a 80%. "Elas respondem melhor à quimioterapia", diz.

A leucemia, que corresponde à maioria dos casos, se manifesta geralmente entre os 2 e 4 anos ou na adolescência, segundo a médica.

Diferentemente do câncer em adulto, que pode originado por fatores hereditários ou externos, o câncer infantil ainda não teve sua causa identificada, segundo a oncologista.

Cecília explica que o câncer infantil ocorre por uma série de alterações nas células embrionárias, no processo de formação da criança durante a gestação. Algumas dessas células não amadurecem, mantendo as mesmas características da célula do embrião, com rápida multiplicação.

A médica afirma que não é possível prevenir câncer em crianças, mas ressalta que o diagnóstico precoce é o diferencial para uma boa taxa de cura. 

"Para identificar o câncer em crianças, o acompanhamento pediátrico é imprescindível, pois o profissional acompanhará a evolução da criança e de sua saúde, além de conhecer como a criança funciona", afirma a oncologista.

Segundo ela, alguns dos sinais que o câncer infantil podem apresentar são anemia, sonolência, indisposição, sangramentos, manchas, febres sem infecção e aumento do fígado ou do baço, podendo ter nódulos ou não.

A oncologista afirma que, mesmo que a criança cure o câncer, isso não garante que ela estará livre da doença na fase adulta. "Pelo contrário. A pessoa que passou por um câncer tem maior chance de reincidência do mesmo ou de outro tipo de câncer do que a população em geral", afirma.

A médica afirma que a pessoa que passou por um câncer na infância deverá manter acompanhamento médico ao longo da vida para avaliar o risco de volta da doença.

Fonte: R7

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