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Cientistas desenvolvem técnica mais confiável para detectar câncer de próstata

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Novo exame promete ser menos invasivo e mais seguro do que os procedimentos disponíveis atualmente, além de ter menor custo

 

Uma nova técnica para detectar o câncer de próstata foi desenvolvida pela Universidade de Dundee, na Escócia, e promete ser não invasiva e mais barata que os procedimentos já usados para o diagnóstico atualmente.

Segundo os cientistas que participaram da criação do método, o exame que investiga o câncer de próstata é altamente preciso e confiável e utiliza um processo de ultra-som chamado elastografia por onda de cisalhamento (SWE, na sigla em inglês) para detectar tumores de próstata.

A novidade é importante para ajudar a identificar corretamente os casos de câncer, que só esse ano deve chegar a 68.220 no Brasil, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Isso significa que 31,7% dos homens terão a doença.

"O diagnóstico atual de câncer de próstata é extremamente ineficiente, levando a tratamentos desnecessários para muitos pacientes", afirmou o líder da equipe da Universidade de Dundee, Professor Ghulam Nabi ao The Guardian.

"Nosso novo método é muito mais preciso e também nos permite identificar a diferença entre tecido canceroso e benigno na próstata sem a necessidade de cirurgia invasiva".

Exames atuais

A próstata é uma pequena glândula no sistema reprodutor masculino e tem normalmente a forma e tamanho de uma noz. Os métodos atuais para determinar se uma próstata se tornou cancerosa incluem um exame físico (conhecido como exame retal digital ou DRE), exames de ressonância magnética, uma biópsia ou testes para determinar os níveis do antígeno químico específico da próstata (PSA) no sangue.

No entanto, cada uma das técnicas carrega problemas. Resultados de PSA podem não ser confiáveis, um toque retal não é tão bom para identificar quais são os cânceres benignos e quais precisam de tratamento, exames de ressonância magnética nem sempre podem dar uma resposta definitiva, e uma biópsia acarreta um risco de infecção e é cara.

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Já o novo método visa contornar os problemas, visando a próstata com ultra-som. O tecido canceroso é mais rígido que o tecido normal, de modo que as ondas de cisalhamento diminuem à medida que passam por um tumor.

"Temos sido capazes de mostrar uma grande diferença nos resultados entre nossa tecnologia e as técnicas existentes, como a ressonância magnética", acrescentou Nabi.

“A técnica detectou cânceres que a ressonância magnética não revelou. Agora podemos ver com muito mais precisão que tecido é canceroso, onde está e que nível de tratamento ele precisa. Este é um passo significativo em frente.”

Novo procedimento

Para testar a técnica, foram estudados cerca de 200 pacientes. "Agora precisamos usar isso em uma escala mais ampla para construir mais dados, mas há claramente o potencial para realmente mudar a maneira como gerenciamos o câncer de próstata", afirmou Nabi.

A tecnologia SWE já é usada no diagnóstico de câncer de mama e doenças do fígado. No entanto, para torná-lo aplicável ao câncer de próstata, uma sonda especial teve de ser desenvolvida pela equipe.

"A técnica agora precisa ser testada em um número muito maior de homens para confirmar o quão bem ela pode detectar os cânceres agressivos, ao mesmo tempo em que elimina aqueles que não têm câncer de próstata", disse Simon Grieveson, diretor de pesquisa da Prostate. Cancer UK, que financiou o projeto Dundee (com apoio da Fundação Movember).

"Com uma média de um homem morrendo a cada 45 minutos de câncer de próstata no Reino Unido, a necessidade de um teste mais confiável que possa identificar formas perigosas da doença mais cedo é maior do que nunca".

Nos últimos anos, várias celebridades revelaram que foram diagnosticadas com câncer de próstata e participaram de campanhas para aumentar a conscientização sobre a doença, incluindo Michael Parkinson, Ian McKellen e, mais recentemente, Stephen Fry, o comediante e ex-reitor de Dundee. Universidade, que este ano descreveu como ele fez uma cirurgia para lidar com um tumor de próstata.

"Este avanço vem em um momento em que o câncer de próstata está sendo empurrado para a frente da nossa consciência no Reino Unido, não só por causa da tendência preocupante para cima em sua prevalência", disse Fry. “Por isso, é duplamente excitante ouvir as novas técnicas em diagnóstico por imagem.

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Câncer de próstata

Um dos maiores problemas do câncer de próstata é que ele só tem chances reais de cura se diagnosticado na fase inicial, quando ainda não apresenta sintomas. Por isso, é de extrema importância que o homem faça o acompanhamento médico para realização do exame do toque retal e a medição dos níveis do PSA, Antígeno Prostático Específico, substância produzida pelas células da glândula prostática - que são os procedimentos disponíveis até o momento.

A doença é silenciosa, mais um motivo para dificultar o diagnóstico, mas quando apresenta sintomas, eles podem ser sangramento na via urinaria e dor. Quando isso acontece, geralmente o tumor já está em fase avançada.  

Enquanto os homens em geral devem iniciar os exames periódicos a partir dos 50 anos, aqueles com histórico familiar, negros e obesos devem começar com 45, já que, estatisticamente, têm uma incidência maior de câncer de próstata. 

O problema também é mais prevalente nas populações que ingerem uma quantidade maior de gordura animal. “A população americana tem mais câncer de próstata do que a japonesa. E um dado interessante é que, quando o japonês migra para os Estados Unidos, a segunda geração acaba tendo a mesma incidência da doença da população americana, porque essa geração adquire os costumes alimentares dos Estados Unidos.” 

Tratamento

Primeiro, o especialista avalia o grau de agressividade do câncer. Caso seja pouco agressivo, o paciente passará apenas por um acompanhamento chamado vigilância ativa, sem nenhum tipo de tratamento específico, que só deve ocorrer se o tumor progredir.

Já os tipos de câncer de próstata mais agressivos exigem a cirurgia para a remoção da próstata e a radioterapia, que é um tratamento que foca na região onde está o tumor.

Fonte: Saúde - iG 

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