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Entenda as novas recomendações para diagnóstico de câncer de próstata

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05/11/16

Após polêmica, o consenso: nem todos os homens precisam fazer os exames para detecção precoce da doença

Agora é consenso: médicos, pesquisadores e a secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul acordaram, na terça-feira, que exames de detecção precoce do câncer de próstata devem ser feitos apenas em alguns casos. A concordância chega um ano após polêmica que envolveu o secretário estadual de Saúde, João Gabbardo, criticado em novembro de 2015 por questionar a necessidade de todos realizarem os testes. Mas isso não quer dizer que os homens não tenham com o que se preocupar.

O Novembro Azul existe para conscientizá-los a cuidar mais da saúde no Brasil, boa parte deles não dá muita bola para o assunto. Como uma das principais patologias especificamente masculinas é o câncer de próstata, a doença e seu diagnóstico costumam ser o centro das atenções durante este mês.

Não existe orientação única sobre a detecção precoce não há como prevenir o câncer de próstata, por isso é importante identificá-lo cedo. Ainda defendido por alguns médicos, o chamado rastreamento, que engloba exames para diagnosticar a doença em indivíduos que não apresentam sintomas, é alvo de controvérsia. Isso porque, apesar de possibilitar a descoberta do tumor na fase inicial, quando as chances de cura são maiores, a quantidade de alarmes falsos que levam a procedimentos invasivos, como a biópsia, ainda é grande.

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, a Sociedade Brasileira de Urologia RS, a Faculdade de Medicina da UFRGS e o TelessaúdeRS-UFRGS contraindicam o rastreamento. Na visão desses órgãos, homens a partir dos 50 anos devem procurar um médico para conversar sobre o assunto e avaliar a necessidade real de realizar os procedimentos. A orientação também é dada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Quando olhamos as evidências científicas sobre o rastreamento, vemos que são controversas. Temos defendido que isso tem de ser uma decisão compartilhada entre o paciente e o médico explica Natan Katz, gerente médico da Equipe de Teleconsultoria do TelessaúdeRS-UFRGS.

Os exames são uma exigência apenas quando há sintomas, como sangramento e obstrução da passagem urinária. Homens negros ou com histórico familiar da doença devem consultar o médico a partir dos 45 anos, pois a incidência de câncer de próstata nesses dois grupos é maior.

O rastreamento do câncer de próstata inclui o PSA, um exame de sangue que mede os níveis de um hormônio produzido pela próstata que costuma se alterar em pacientes com câncer.

Embora haja outros fatores que podem alterar a produção de PSA pelos homens, como a próstata mais volumosa chamada de Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) , e mudanças identificadas no toque retal tenham mais probabilidade de ser infecções simples de tratar, quaisquer alterações nesses exames levam os pacientes a realizar biópsias.

É aí que mora o principal ponto contra o rastreamento: o procedimento usado para identificar o câncer, além de doloroso, oferece risco de infecção e, se feito repetidas vezes, pode levar a disfunções eréteis.

Como as possibilidades são múltiplas, o rastreamento oferece risco de identificar pacientes que acabam sendo tratados de forma mais agressiva sem haver necessidade diz Eduardo Carvalhal, chefe do serviço de urologia do Hospital Moinhos de Vento.

Tumor evolui lentamente

Uma das razões para parte dos médicos acreditar que é melhor ir devagar quando o assunto são exames de detecção precoce é que o câncer de próstata, apesar de ser mortal em alguns casos, demora a evoluir. A maioria deles cresce de forma tão lenta (pode levar 15 anos para atingir 1 cm³ tamanho considerado pequeno) que não chega a dar sinais ou mesmo ameaçar a saúde do homem.

Nem sempre o câncer de próstata vai precisar de um tratamento intervencionista. Hoje, trabalhamos muito com o conceito de vigilância ativa, que consiste em acompanhar o paciente para ver como a doença evolui, sem realizar cirurgia explica a presidente da Sociedade Brasileira de Urologia seccional Rio de Grande do Sul, Nancy Denicol.

Atualmente, segundo o chefe do serviço de urologia do Hospital Moinhos de Vento, a vigilância ativa representa cerca de 30% dos casos de câncer de próstata. O tratamento não intervencionista é possível quando a doença é identificada precocemente e é de baixo risco.

Quando o tumor é mais agressivo ou detectado em estágio avançado, é realizada uma cirurgia de retirada da próstata e das vesículas seminais acompanhada, em alguns casos, de tratamento com medicação. Apesar de o procedimento ser considerado de baixo risco, pode acarretar consequências a longo prazo, como disfunção erétil e incontinência urinária.

Um arco-íris de causas

Outubro é rosa, novembro é azul, dezembro é laranja, mas também vermelho. Ações promovidas por sociedades de médicos, pacientes e ONGs para conscientizar sobre doenças lotam o calendário, mas nem sempre se traduzem em mais saúde e, para especialistas, podem levar a consultas e exames desnecessários.

Novembro envolve a disputa entre duas doenças pelo mês e pela cor azul: o câncer de próstata e o diabetes. Historicamente, o Dia Internacional do Diabetes 14 de novembro é mais antigo, de 1991, e sua criação contou com o respaldo da Organização Mundial da Saúde (OMS). A ideia de alargar o período para o mês inteiro nasceu em 2009. Antes disso, surgia o Moustache November (Movember), ou "novembro de bigode", para levantar fundos contra o câncer de próstata na Austrália, em 2004.

No Brasil, o Instituto Lado a Lado (organização de promoção de saúde) começou a fazer campanhas de conscientização sobre o câncer de próstata em 2009. A iniciativa teve apoio da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e, em 2011, surgiu mais um Novembro Azul.

Não houve acordo entre as partes. Segundo a jornalista Marlene Oliveira, que idealizou o Instituto Lado a Lado, "as duas causas eram importantes, mas cada um ficou de trabalhar do seu jeito, já que não havia harmonia".

Para Rodrigo Lima, médico da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, as campanhas podem trazer informações equivocadas e levar a exames desnecessários.

Esse "campanhismo" todo é um atestado de que não estamos conseguindo oferecer um sistema de saúde decente avalia.

Check-ups e exames sem a presença de sintomas ou sem evidências científicas de que funcionem para rastrear doenças em certas faixas etárias são, inclusive, questionados por várias entidades, como a U.S. Preventive Services Task Force, ligada ao governo americano. Isso porque podem indicar falsos positivos e gerar angústia e procedimentos desnecessários.

Novembro Azul quer se voltar à saúde do homem

Mais do que alertar para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, o Novembro Azul quer, cada vez mais, conscientizar os homens a cuidarem do próprio bem-estar.

Segundo um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde neste ano, quase um terço dos homens brasileiros não tem o hábito de frequentar serviços de saúde e buscar auxílio na prevenção de doenças e na qualidade de vida. Entre os motivos estão barreiras socioculturais, como os homens pensarem que não ficam doentes ou terem medo de descobrir alguma alteração no organismo.

Para Archimedes Nardozza, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, as campanhas acabam gerando um maior número de visitas no consultório para check-ups:

O homem ainda tem receio de médico. Quem procura é porque um amigo teve câncer ou porque a mulher mandou.

De acordo com a pesquisa do MS, uma das respostas mais comuns entre os homens (55%) é que não buscaram os serviços de saúde porque nunca precisaram. O resultado da busca tardia faz com que os homens vivam, em média, sete anos a menos que as mulheres ? a expectativa de vida deles é de 71 anos e das mulheres, 78. As causas que mais matam os homens são as externas (acidentes de trânsito, violência), seguidas de doenças do aparelho circulatório, neoplasias e aparelho digestivo.


Fonte : Zero Hora

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