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Exames de câncer de cólon podem salvar sua vida; entenda

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15/03/2019

 

Normalmente, não relaciono minhas colunas às campanhas de saúde, mas acho que o Mês da Conscientização do Câncer Colorretal, em março, é importante demais para ser ignorado. Há muita gente que morre dessa doença evitável porque deixa de fazer exames, incluindo muitas pessoas que não têm a desculpa da ignorância, da falta de seguro-saúde ou do acesso precário a serviços médicos.

E, como mostra a experiência de Joy Ginsburg, até mesmo alguns médicos precisam ser incentivados a solicitar os exames de seus pacientes. Ginsburg, de Leawood, Kansas, nos Estados Unidos, onde é diretora-executiva de uma organização que levanta fundos para a educação pública, tinha 48 anos quando seu médico sugeriu uma colonoscopia.

Mas o gastroenterologista que ela consultou em seguida relutou em fazer o exame. "Ele fez piada. Eu tinha menos de 50 anos, e não havia sintoma, fator de risco ou histórico familiar de câncer de cólon."

Porém, Ginsburg sabia que, no ano anterior, a Sociedade Americana do Câncer havia diminuído a idade recomendada para o início dos exames – de 50 para 45 –, e insistiu. Por sorte. Um grande pólipo pré-cancerígeno, do tamanho de uma bola de golfe, foi encontrado, exigindo remoção cirúrgica, além de 40 por cento de seu cólon.

— Se eu tivesse esperado para fazer o exame aos 50 anos, minha história seria bem diferente. Agora, aconselho a todo mundo que faça o exame. Passar por uma colonoscopia é muito mais fácil que tratar o câncer.

Cinco anos atrás, a Sociedade Americana do Câncer e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças estabeleceram a Mesa de Debates Nacional do Câncer Colorretal, visando conseguir que 80% dos americanos entre 50 e 75 anos fizessem exames para câncer de colo e reto, por qualquer método aceito, até 2018. Na época, apenas cerca de 65%  das pessoas do grupo etário específico haviam sido examinadas.

Agora, com o câncer colorretal sendo cada vez mais encontrado em adultos mais jovens, há a necessidade de examinar outros milhões de pessoas em todas as comunidades dos EUA. A meta atual é examinar ao menos 80% dos habitantes entre 45 e 75 anos usando um método aprovado. Mais de 1.800 organizações comunitárias já se prontificaram a ajudar na realização desse intento.

— Não estamos exigindo que todos façam uma colonoscopia, mesmo sendo esse o método padrão de detecção e prevenção do câncer de cólon — disse o dr. Richard C. Wender, responsável pelo departamento de controle do câncer da Sociedade Americana do Câncer. 

— Muita gente não quer fazê-lo, algumas não têm condições financeiras para tal e, às vezes, ele nem é oferecido.

Mas a questão financeira nem sempre é um empecilho, disse Wender.

— Setenta e cinco por cento das pessoas que não haviam sido examinadas no começo da campanha, cinco anos atrás, tinham plano de saúde, muitas por intermédio de seus empregadores.

Outras questões incluem a decisão de alguns de "não fazer exames ao chegar à idade apropriada", disse o médico. 

— Em 2016, apenas cerca de 49 por cento dos adultos entre 50 e 54 anos haviam sido examinados.

Outro obstáculo é que, geralmente, as pessoas vão ao médico apenas quando estão doentes. Elas não buscam tratamentos preventivos, disse Wender, e seus médicos têm a mesma atitude.

O modo como o sistema médico americano está organizado é mais um obstáculo. A consulta típica inclui mais diagnóstico e tratamento, deixando pouco tempo para a prevenção. Em comparação, no sistema Kaiser Permanente, que tem um poderoso incentivo financeiro para manter seus membros saudáveis, 80% deles – e 90% dos afiliados ao Medicare – já fizeram exame de câncer colorretal.

O câncer colorretal é a segunda maior causa de morte por câncer nos EUA, com mais de 51 mil pessoas podendo morrer da doença este ano. Mesmo com a diminuição da taxa de mortalidade nas últimas décadas, especialmente graças ao crescimento dos diagnósticos e remoções de pólipos pré-cancerígenos, as mortes entre pessoas com menos de 55 anos aumentaram um por cento ao ano desde 2007. Isso mostra como é importante encorajar o exame na meia-idade.

Exames disponíveis atualmente:

  • Colonoscopia

Apesar de ser o exame mais caro e invasivo, é o melhor, não apenas porque pode descobrir um câncer já existente, mas porque pode também detectar pólipos que possivelmente virariam câncer e que podem ser removidos durante o procedimento. Uma câmera é usada, e é preciso esvaziar completamente o intestino antes do exame, algo que não agrada a muita gente. Mas para aqueles que não apresentam fatores de risco ou histórico familiar de pólipos ou câncer colorretal, ele é feito apenas uma vez a cada dez anos.

  • Exame Fecal Imunoquímico (FIT)

Esse exame imunológico busca sangue em um exame de fezes, um possível sinal de câncer. Normalmente, não detecta pólipos, por isso não é preventivo, mas é mais eficiente que o antigo exame de sangue oculto nas fezes.

  • DNA no FIT

Esse exame, normalmente feito a cada três anos, combina o FIT com marcadores anormais de DNA nas fezes, por isso é melhor para detectar um câncer e pólipos pré-cancerígenos avançados. Não detecta cerca de metade dos pólipos pré-cancerígenos.

  • Colonoscopia virtual

Esse é um estudo de imagens feito a cada cinco anos por tomografia computadorizada e, como a colonoscopia, exige limpeza prévia do intestino. Ele visualiza o cólon inteiro, mas, se algo anormal for detectado, é necessária uma segunda preparação para a colonoscopia regular.

  • Teste de septina 9

Esse é um exame de sangue que, embora mais conveniente e menos desagradável que um exame de fezes, tem apenas metade da eficácia de um FIT na detecção do câncer e não mostra lesões pré-cancerígenas.

Tão importante quanto um exame para a detecção de câncer colorretal é a necessidade de evitar fatores de risco que as pessoas podem controlar. Isso inclui o sobrepeso e o sedentarismo, fumo, consumo de álcool e consumo excessivo de carnes vermelhas e processadas.

Fatores de risco inevitáveis incluem o envelhecimento, doenças intestinais inflamatórias (colite ulcerativa e doença de Crohn) e parentes próximos (pais ou irmãos) que tiveram câncer colorretal ou pólipos adenomatosos, ou uma síndrome, como a de Lynch, ou polipose familiar. Os médicos podem aconselhar pacientes com esses fatores de risco a fazer exames de dois em dois anos.

Fonte: Gaúcha ZH

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