Genética influencia no baixo índice de câncer de mama em índias, diz estudo
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27/10/16
Especialista em câncer pesquisou 150 mulheres de aldeias no Oiapoque.
Fatores genéticos e hábitos de vida podem influenciar no resultado.
Um estudo realizado em mulheres de aldeias indígenas em Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, aponta uma menor incidência de câncer nessa população. A pesquisa é realizada desde 2013 pelo médico mastologista Mauro Secco, de São Paulo, que atua há mais de 10 anos no Amapá.
O levantamento foi feito em cerca de 150 indígenas com idade a partir dos 40 anos. Elas foram selecionadas em Oiapoque e encaminhadas para a capital, onde fizeram exames de coleta de sangue e mamografia. O fato de nenhuma delas apresentarem câncer de mama despertou curiosidade no médico, que resolveu investigar a genética e os hábitos dessas mulheres.
"O mundo inteiro se preocupa com o câncer de mama, que ainda mata muitas mulheres, de diferentes idades e etnias. O caso das índias em Oiapoque me chamou a atenção, pois praticamente não tiveram ocorrências, com isso, constatou-se que elas tem menos chances de desenvolver câncer nas mamas", explicou Secco.
Com relação a genética, o médico explica que o formato das mamas das indígenas, por exemplo, também pode resultar em menos casos de câncer. Segundo o médico, as índias possuem menos tecido e gordura na região. Além disso, o impacto hormonal também foi analisado, considerando que as mulheres indígenas podem ter menores taxas de estrógeno.
"A densidade na glândula mamária nas índias é baixa, e isso e um fator que as protege de desenvolver a doença, porque quanto mais densa a região, mais chances da mulher adquirir um câncer", ressaltou Secco.
Para o mastologista, o estilo de vida das indígenas também explica o resultado da pesquisa, A alimentação, idade de gestação e até amamentação influenciam.
"Elas têm uma alimentação mais saudável, que inclui muito peixe, açaí e frutas e além disso, as mulheres indígenas possuem menos ciclos ovulatório por terem mais filhos, fatores que podem ter influência na baixa incidência da doença", explicou o médico.
O mastologista demonstra a importância do estudo para buscas de prevenção e tratamento do câncer de mama. "É importante desenvolver esse tipo de estudo. No futuro, pode gerar resultados impactantes para a medicina e o tratamento do câncer de mama", enfatizou o médico.
Fonte: G1