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26/07/2018
Neste 27 de julho, celebra-se o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. Ao longo do mês, a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) promoveu, em todo o Brasil, atividades de conscientização e informação relacionadas à prevenção desta doença, que pode atingir a boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide e seios paranasais.
Para a cirurgiã de cabeça e pescoço Fernanda Fruet, formada pela Faculdade de Medicina da PUC-SP e membro da SBCCP, muitos casos poderiam ser evitados se as pessoas aumentassem os cuidados com a higiene da região bucal e, principalmente, reduzissem os riscos de contágio do vírus do HPV. "Também é fundamental atentar-se aos sinais estranhos que possam surgir e, quando isto ocorrer, procurar orientação médica", orienta.
De acordo com Fruet, até poucos anos atrás, o padrão convencional do paciente portador desta patologia era o de uma pessoa do sexo masculino, com idade superior a 50 anos, tabagista e consumidora de grandes quantias de álcool.
"Este perfil continua como um dos prevalecentes. Porém, sabemos que estes tumores também vêm atingindo, com alto grau de importância, pessoas com idades entre 30 e 45 anos, que não fumam nem bebem excessivamente", alerta.
O motivo por trás dessa ampliação está diretamente ligado à infecção pelo HPV, diz a especialista. Acredita-se que, aproximadamente, 30% dos cânceres de boca em jovens estão relacionados a essa causa.
Recentemente, levantamento do A.C. Camargo mostrou que 80% das pessoas com tumores de amígdala foram infectadas por esse vírus. Há dez anos, a associação existia em apenas 25% dos casos - o que representa um avanço superior a 300%. O contágio se dá, principalmente, pela prática do sexo oral em quem tem múltiplos parceiros sexuais ou já foi infectado, mas não apresentou sinais da doença.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que 41 mil novos casos de câncer na região da cabeça e do pescoço são identificados anualmente. Outros estudos feitos no Brasil indicam que 7% da população pode ter infecção pelo HPV detectada na boca, o que daria algo em torno de 14 milhões de pessoas.
"É um número preocupante. Temos que ampliar as políticas públicas nesse sentido, assim como a divulgação desta patologia, que é extremamente grave", diz a cirurgiã Fernanda Fruet. O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são essenciais para a cura do câncer de cabeça e pescoço. Um dos principais problemas para o tratamento é o diagnóstico tardio, que ocorre em 60% dos casos, deixando sequelas no paciente.
Segundo pesquisas do Inca, o câncer de boca, laringe e demais sítios é, hoje, o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, é o quinto mais comum - ainda prepondera o câncer da tireoide.
Fonte: Terra
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