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13/03/2018
A ingestão de proteína pode ter um papel-chave no tratamento e no combate ao câncer colorretal, segundo estudo espanhol. Pesquisadores do Spanish National Cancer Research Centre (CNIO) identificaram como os níveis da macromolécula no corpo estão ligados ao surgimento do carcinoma em pessoas que fazem parte de grupos de risco — portadoras de condições genéticas ou de inflamações intestinais graves, como a doença de Crohn.
Os resultados do experimento foram divulgados na revista Cell Metabolism e mostram que indivíduos com doenças intestinais inflamatórias podem se beneficiar com uma dieta rica em proteína. Já aqueles com predisposição genética para ter o câncer colorretal devem evitar excesso no consumo de carnes, ovo, soja e outras fontes de proteína.
Para chegar a essas conclusões, os investigadores buscaram entender a função do complexo mTORC1, uma espécie de sensor de nutrientes e controlador de proteínas sintéticas, em ratos geneticamente modificados para ter o carcinoma. "Os resultados foram confirmados em amostras humanas de câncer colorretal e inflamação intestinal, como a doença de Crohn e colite ulcerativa”, conta Nabil Djouder, um dos autores do estudo,
Há tratamentos contra o câncer que inibem a atividade do mTORC1 e não funcionam em todos os pacientes. No experimento, a equipe espanhola identificou que inibir a ação desse complexo pode ajudar no combate ao câncer colorretal que tem base genética, especialmente em indivíduos com mutação no gene APC, que representam cerca de 5% dos casos da doença. "Quando há mutações hereditárias no gene APC e o mTORC1 é inibido, é provável que a combinação de ambos os tipos de dano gere uma instabilidade cromossômica tão alta nas células que elas morram e o tumor não progrida” explica Djouder.
Nos casos em que há associação com inflamações no intestino, a estratégia deve ser incentivar a ação do mTORC1. Sem a ação do complexo, ocorre uma resposta inflamatória excessiva. "Isso aumenta a proliferação de células com baixa estabilidade cromossômica, desencadeando a regeneração do tecido danificado e o desenvolvimento do câncer”, complementa o pesquisador. "Demonstramos que uma dieta com alto nível de proteína é benéfica em ratos com muita inflamação. Mas ela pode ser uma espada de dois gumes, já que é prejudicial para pacientes com predisposições genéticas”, resume Djouder.
Segundo o pesquisador, os mecanismos que ligam a dieta, a inflamação intestinal e o câncer colorretal ainda não são conhecidos. Ainda assim, os resultados apresentados por sua equipe abrem portas para pesquisas sobre formas mais estratégicas de intervenção. "Os nossos resultados podem ter implicações importantes para o uso clínico dos inibidores de mTORC1, bem como para abrir novos caminhos a fim de otimizar e personalizar os tratamentos contra o câncer colorretal”, defende.
Outros cuidados
Fernando Chueire, nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia, ressalta que a dieta com baixo nível de proteína já é recomendada para evitar esse tipo de câncer, uma vez que, em alta quantidade, a macromolécula pode provocar lesões, inflamações e até tumores no intestino grosso. Mas são outras práticas, segundo ele, que surtem melhores efeitos. "É comprovado cientificamente que o consumo elevado e cotidiano de alguns limentos, cessar o tabagismo e manter a prática da atividade física pelo menos três vezes por semana são muito eficazes para a prevenção. Até mais recomendados do que controlar a questão da proteína”, lista.
A orientação nutricional dos especialistas é consumir fibras, vindas de frutas, verduras e legumes. E o pesquisador Nabil Djouder sustenta a indicação. "Manter uma dieta balanceada com frutas e verduras é essencial e parte de um estilo de vida saudável, não estamos questionando isso. Fibras são importantes para um intestino saudável”, ressalta.
A maioria dos casos de câncer colorretal não tem origem genética. Por isso, a prevenção eficiente deve focar principalmente em evitar as condições ambientais. "Como doenças inflamatórias intestinais, tabagismo, sedentarismo, alto consumo de bebidas alcoólicas, alto consumo de alimentos cozidos na brasa, alto consumo de alimentos defumados, dietas pobres em fibras, vitaminas e minerais, além da idade”, lista a nutricionista Silvia Leite Faria.
Para ela, mais estudos devem ser feitos com humanos a fim de confirmar os resultados da pesquisa espanhola e esclarecer alguns pontos acerca das recomendações. "Por exemplo: a quantidade de proteína recomendada de acordo com o peso do paciente, o tipo de proteína, se há necessidade ou não de suplementos”, ilustra. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por dia, um adulto deve consumir 0,8g de proteínas por quilo corporal. Uma criança, 1,2g.
Fonte: Ciência e Saúde
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