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Má alimentação e obesidade elevam incidência de câncer colorretal

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31/03/2020

 

Cidade do México, 30 mar (EFE).- A má alimentação e o aumento dos índices de obesidade na América Latina levaram também a um aumento dos casos de câncer colorretal, tornando-o o quarto tipo mais frequente nos homens e o terceiro nas mulheres na América Latina. "Estilo de vida, hábitos alimentares, obesidade e sedentarismo levaram a um aumento na incidência deste tipo de câncer", disse a médica mexicana Maria del Consuelo Diaz Romero em entrevista à Agência Efe com motivo do Dia do Câncer de Cólon, que se celebra nesta terça-feira.

A especialista em câncer, designada ao Serviço de Oncologia Médica de Tumores Digestivos do Instituto Nacional de Cancerologia do México (Incan), explicou que essa tendência ascendente tem sido observada nos últimos 20 anos, principalmente porque a dieta desse período é menos saudável do que a de antes.

Segundo Romero, o câncer colorretal é responsável por cerca de 700 mil mortes por ano em todo o mundo, enquanto na América Latina há 87 mil novos casos anualmente e 49 mil mortes a cada ano.

A médica alertou que, embora até duas décadas atrás a idade máxima para o diagnóstico desse tipo de câncer fosse entre 50 e 59 anos, agora os pacientes estão sendo vistos cada vez mais jovens, com entre 30 e 40 anos. Isso se deve ao fato de que a população mudou seus hábitos de vida, além de fatores como tabaco, álcool, obesidade e distúrbios metabólicos, como a diabetes tipo 2.

A estudiosa disse também que os sintomas dessa condição muitas vezes complicam o diagnóstico, pois podem ser confundidos com doenças como a síndrome do intestino irritável, hemorroidas e anemia crônica.

Entre esses sinais estão dor e distensão abdominal, constipação intestinal, movimentos anormais do intestino, diarreia e sangramento com movimentos intestinais. Pode também ocorrer fadiga, cansaço, perda de peso e aumento da circunferência abdominal.

Devido ao diagnóstico errado, alguns pacientes perdem até seis meses após serem submetidos ao tratamento por gastroenterologistas ou internistas.

"Os pacientes têm menos probabilidade de serem curados quando chegam tarde, por isso o diagnóstico oportuno é essencial", destacou a oncologista gástrica, que também é integrante da Associação Latino-Americana de Gastro-Oncologia.

O tratamento da doença, ainda segundo ela, mudou na última década graças à identificação de biomarcadores específicos para saber se existem mutações e para quais drogas inteligentes são usadas. Esses medicamentos prolongam a expectativa de vida dos pacientes até 30 meses, mesmo aqueles que estão nos estágios 3 e 4 da doença.

Contudo, Romero sublinhou a importância de um diagnóstico atempado, porque é necessário ter consciência dos primeiros níveis de cuidados, além de viver uma vida mais saudável e comer alimentos mais frescos e naturais.

Fonte: Uol

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