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Melanoma é o tipo mais agressivo de câncer e pode ser fatal

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23/08/2017

 

A prevalência é maior em pessoas brancas, de peles e olhos claros, com muitas sardas

 
 

“Descobri o melanoma em dezembro de 2013. E procurei um médico não porque conhecia a doença e me preocupava com ela, mas por causa do incômodo estético que aquela pinta no braço provocava em mim. Quando a médica me explicou do que se tratava, que era um tipo de câncer muito agressivo, meu mundo caiu. Eu estava no início dos meus 30 anos, foi um choque”.

 

O relato é da relações públicas paulistana Rebecca Montanheiro, que teve a sorte, porém, de receber o diagnóstico na fase inicial da doença, quando as chances de cura chegam a 90%. Menos frequente dentre os tipos de câncer de pele, o melanoma é o mais grave, com alto potencial de metástase, e pode levar à morte. Ele é decorrente do crescimento anormal das células responsáveis pela produção de melanina (melanócitos), que dá a cor e a pigmentação à epiderme. 

 

“Estudos mostram que 65% dos casos estão relacionados à exposição solar excessiva e sem proteção. A prevalência é maior em pessoas brancas, de peles e olhos claros, com muitas sardas. No entanto, há tipos específicos mais comuns em pessoas negras ou em áreas do corpo não expostas ao sol, como couro cabeludo, palmas das mãos ou solas dos pés”, explica o médico oncologista especialista em melanoma Rodrigo Munhoz, que atua no Hospital Sírio-Libanês e no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), na Capital, que é categórico: “Nada em oncologia é melhor do que prevenção. A segunda coisa mais importante é o diagnóstico precoce”.

 

Detalhe: queimaduras solares graves na infância e na adolescência – caracterizadas por bolhas e pele descascada – aumentam as chances de desenvolver câncer. Estudo publicado em revista científica americana mostra que, em uma população de mais de 108 mil mulheres brancas analisadas, as que sofreram pelo menos cinco queimaduras solares graves entre 15 e 20 anos de idade apresentaram risco 68% maior de desenvolver carcinoma basocelular ou espinocelular e 80% maior de ter melanoma (quadro ao lado).

 

Alterações genéticas

“É fundamental que a preocupação com a saúde da pele aconteça desde o início da vida. Há estudos que mostram que determinadas alterações genéticas relacionadas ao melanoma são derivadas da exposição solar excessiva e repetitiva”, comenta o médico, alertando, ainda, para o uso regular de filtro solar (acima de 30). 

 

Sobre essas alterações genéticas, uma das mais comuns – encontrada em mais de 50% dos casos de melanoma – é a mutação V600, ocorrida no gene BRAF, que leva a uma maior proliferação celular. Saber da existência dessas mutações permite ao médico prescrever o tratamento adequado. 

 

“Hoje, há opções terapêuticas voltadas para pacientes com melanoma que apresentam essa mutação V600, incluindo imunoterapia e terapia-alvo, que atua em um ponto específico dentro do gene, oferecendo mais chances de sucesso no tratamento. Por isso, é fundamental que o paciente, ao receber o diagnóstico, faça também o teste genético para verificar a existência de alguma mutação. Assim, o tratamento mais efetivo poderá ser prescrito”.

 

Estudo apresentado no mês passado durante a Reunião Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), em Chicago, nos Estados Unidos, mostra um benefício de sobrevivência durável para pacientes com melanoma metastático com essa mutação tratados com a combinação de terapia-alvo de dabrafenibe + trametinibe. 

 

Na pesquisa, 162 pacientes receberam monoterapia com dabrafenibe ou a combinação. Depois de cinco anos, 37% permanecem no estudo, incluindo 13% com a monoterapia e 24% com a terapia combinada, demonstrando que a sobrevida global da segunda opção é superior. “O estudo também indicou que houve redução de dano cerebral com essa combinação”, completa Rodrigo Munhoz, que participou da Asco.

 

Segundo o médico, no entanto, o Sistema Único de Saúde (SUS) não disponibiliza o tratamento com drogas de terapia-alvo ou imunoterapia (que agem no sistema imunológico para combater o câncer). “No Brasil, os pacientes têm acesso a esses tratamentos quando participam de protocolos de pesquisas”. O tratamento do melanoma também inclui cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

 

Outros fatores que podem estar relacionados ao surgimento da doença, segundo o especialista, são histórico familiar de melanoma e de câncer de pâncreas e no sistema nervoso central. 

 

Para Munhoz, as pessoas ainda confundem uma pinta comum, que pode ser retirada no consultório, com câncer. “O melanoma é uma doença grave, que pode avançar para os nódulos linfáticos e outros órgãos do corpo, como cérebro, pulmões, ossos e fígado, a chamada metástase. Por isso o diagnóstico precoce é tão importante”.

 

Ao identificar uma pinta no corpo, os sinais de alerta são:

 

• Assimetria, ou seja, um lado da lesão é diferente do outro.

• Bordas irregulares.

• Colorações diferentes de preto, vermelho, marrom azul ou rosa.

• Diâmetro maior do que 6 mm.

• Elevação.

 

“Outros são sangramento, coceira, queimação, dor e ulceração”, complementa Munhoz.

 

O desconhecimento realmente chama a atenção. De acordo com Rebecca Montanheiro, que, a partir de sua experiência, fundou o Instituto Melanoma Brasil, 65,4% dos pacientes entrevistados em uma pesquisa feita pelo instituto não tinham ouvido falar da doença antes de receber o diagnóstico. “A gente se sente muito só. Normalmente, conhecemos alguém que teve câncer de mama ou de pulmão, por exemplo, mas melanoma é mais difícil. O instituto tem um papel de acolhimento”.

 

Rebecca também defende que é preciso mudar a ideia de que uma pele bronzeada está ligada à beleza e saúde. “Isso é um erro, e é cultural. Bonita é pele saudável”. 

 

Fonte: A Tribuna

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