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18/10/2019
As mulheres com menos de 40 anos estão entre as que menos são diagnosticadas com câncer de mama. Atualmente, estatísticas apontam que cerca de 5% dos casos são de jovens nesta faixa etária. Porém, especialistas alertam que isso não é motivo para que elas se descuidem quando o assunto é prevenção.
Segundo médicos, a maioria dos casos de câncer de mama em mulheres jovens são de tumores mais agressivos, que menos respondem ao tratamento e são diagnosticados em estágios mais avançados.
"Não é regra, mas a maioria dos casos de câncer em mulheres mais jovens tem comportamento de crescimento mais rápido", afirmou a mastologista Giovanna Azevedo Gabriele Carlos, do Hospital São Camilo.
A médica ressalta que os casos são descobertos em estágios mais avançados porque os exames preventivos, como a mamografia, não são indicados para as mulheres jovens, pois nesta idade elas têm muitas glândulas mamárias que podem ser confundidas com nódulos.
Segundo o mastologista Alexandre Pupo Nogueira, do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio-Libanês, os cânceres em mulheres mais jovens geralmente têm relação com a hereditariedade (quando há casos na família) ou com a mutação genética, ou seja, quando as células do corpo têm predisposição para desenvolver o tumor.
"A mutação genética em si não causa o câncer, mas torna mais fácil que a célula, sob determinado estímulo, se torne cancerígena", afirmou Nogueira.
O mastologista ressalta que a prevenção começa com uma "boa conversa" no consultório para saber o histórico da família. "Se tiver casos de câncer de mama ou ovário já é considerado grupo de risco e a mulher é encaminhada para acompanhamento", disse.
Especialista recomenda que mulheres se conheçam
A recomendação dos especialistas para as mulheres que têm menos de 40 anos e querem se prevenir do câncer de mama vai muito além da boa alimentação, atividade física e o autoexame. Segundo a mastologista Giovanna Azevedo Gabriele Carlos, da Rede de Hospitais São Camilo, é fundamental o autoconhecimento.
A mastologista explica que o autoexame é complementar e não substitui o ultrassom e a mamografia. "O que eu recomendo mesmo é que as mulheres se conheçam. Ninguém é simétrico, nenhum lado [do corpo] é igual ao outro e nenhuma mama é igual a outra. Por isso, é importante a mulher se conhecer para saber quando algo está errado", afirmou Giovanna.
Segundo a especialista, o autoconhecimento é fundamental para a mulher poder se cuidar, inclusive fazendo o autoexame da mama sempre após a menstruação. "E quando houver qualquer suspeita ou alteração, a mulher deve procurar um médico para fazer os exames complementares". Além disso, a médica recomenda atividade física, alimentação saudável, evitar o cigarro e anticoncepcional como prevenção.
Câncer de mama
Casos
- Representam de 29% dos novos casos de câncer a cada ano
- Estimativas de novos casos: 59.700 (2018)
- Mortes: 16.927, sendo 203 homens (2017)
Incidência
- Mais comum em mulheres a partir dos 50 anos
- Menos agressivo
- Se desenvolve mais lentamente
Entre as mulheres com menos de 40 anos a incidência é de 5%
- Mais agressivo
- Diagnosticado em estágio mais avançado
- Responde menos aos tratamentos
- Mais associado à hereditariedade
Fatores que aumentam o risco
Ambientais e comportamentais
- sobrepeso e obesidade após a menopausa
- sedentarismo
- consumo de bebida alcoólica
- exposição frequente a radiações (raios-X)
Histórico reprodutivo e hormonal
- primeira menstruação antes de 12 anos
- não ter filhos
- primeira gravidez após os 30 anos
- menopausa após os 55 anos
- uso de pílulas anticoncepcionais
- ter feito reposição hormonal, principalmente por mais de cinco anos
Genéticos e hereditários
- casos de câncer de ovário e de mama na família
- alteração genética
Sintomas
- Nódulo (caroço) fixo e geralmente indolor
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
- Alterações no mamilo
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
- Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos
Diagnóstico
- Exame clínico das mamas
- Mamografia
- Ultrassonografia
- Ressonância magnética
Tratamento
É definido de acordo com as características do tumor e as condições da paciente, podendo ser:
- Cirurgia para retirada do tumor ou da mama
- Radioterapia
- Quimioterapia
- Hormônioterapia
- Terapia biológica
Prevenção
- praticar atividade física
- alimentação saudável
- manter o peso adequado
Fonte: Agora São Paulo
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