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Sexualidade não pode ser tabu no tratamento do câncer

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22/07/2019

 

Sexualidade é a soma da relação íntima, biológica e emocional de um indivíduo, compreendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como essencial para o bem-estar e qualidade de vida. E quando falamos sobre o tratamento do câncer não é raro que este tópico seja ainda um tabu, afinal, a prioridade é concentrar esforços na cura exclusiva da doença. No entanto, ao contrário do senso comum, parte deste processo é ter a visão da importância da qualidade de vida antes, durante e depois do tratamento.

São diferentes as reações e impactos tanto na sexualidade quanto na vida sexual depois do descobrimento de um câncer. “Em alguns casos mais extremos, pacientes passam por uma amputação do membro genital ou da mama. Em outros, o tratamento causa desbalanço hormonal, impactando até mesmo a alteração da autoimagem e autoestima, e tudo isso abala a sexualidade e, por conseguinte, o bem-estar desse paciente e seu companheiro. É preciso sempre pensar em formas de minimizar os impactos na vida social dessa pessoa, e sexualidade é social”, explica a psicóloga Alyne Braghetto, que integra o time do ambulatório de sexualidade do Centro de Oncologia e Hematologia da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

O ambulatório de sexualidade faz parte de uma das ações que visam cuidar do paciente de forma integrada e holística, tratando a doença e cuidando da vida. Para o oncologista Dr. Diogo Bugano, é um conceito que significa que não basta curar, mas lidar com as questões colaterais para que a pessoa não marginalize outras partes de sua vida, aprendendo a lidar com todas as difíceis questões que fazem parte do tratamento oncológico. “Além de curar é preciso estar bem”, completa. O atendimento funciona com um time especializado e multidisciplinar, composto por profissionais de Enfermagem, Psicologia, Oncologia, Ginecologia, Urologia e Fisioterapia.

“Trabalho há 14 anos com Oncologia e, nesse tempo, pude perceber que a sexualidade é algo muito singular, mas importante em todas as etapas da vida. Vai muito além do sexo, afeta a disposição, autoafirmação, autoestima e tudo isso toca a pessoa como um todo. Justamente por isso, a ideia do ambulatório de sexualidade é que além de dar suporte ao paciente e mostrar para que ele pode e deve falar e se importar com a questão, precisamos começar a conscientizar o corpo clínico da necessidade de se abordar o assunto e dar informação, caminhos e ferramentas para os pacientes, suas famílias e parceiros”, conta a enfermeira do ambulatório Sabrina Rosa de Lima Matos.

Além disso, com o avanço das tecnologias e medicamentos, as chances de remissão e de cura para determinados tipos da doença vêm aumentando. “Quem trabalha nessa área já está vendo na prática, e é justamente por isso que é preciso se empenhar também na vida do paciente depois do tratamento oncológico, ou seja, como reintroduzi-lo na vida cotidiana depois de tantas mudanças e, porque não, minimizar estes impactos durante o tratamento”, informa Dra. Andrea Maria Novaes Machado, ginecologista que também integra o time do ambulatório de sexualidade do Einstein.

Fonte: Assessoria de Imprensa Hospital Albert Einstein

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