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Sobreviventes de câncer envelhecem naturalmente mais rápido, diz estudo. Veja por quê

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31/12/2017

Especialistas pedem mais pesquisas para ajudar a prolongar a vida de pessoas que se curaram de tumores.

 

Pessoas que tiveram câncer envelhecem mais rapidamente do que pessoas que não tiveram a doença, revela um estudo.

Escrevendo no periódico online ESMO Open, especialistas pediram que sejam feitas mais pesquisas para ajudar reduzir o processo de envelhecimento acelerado, prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes de câncer.

 

Graças a diagnóstico e tratamento mais eficazes, o número de sobreviventes de câncer deve aumentar. Hoje há mais de 30 milhões de pessoas no mundo que sobreviveram a um câncer. Até 2025, porém, cerca de 19 milhões de novos diagnósticos de câncer serão feitos todos os anos, e, segundo pesquisadores, a maioria dessas pessoas com câncer vai sobreviver por muitos anos.

 

Por que pessoas com câncer naturalmente envelhecem mais rapidamente?

Os pesquisadores disseram que os sobreviventes do câncer têm chances maiores de desenvolver problemas de longo prazo, e isso em idade mais jovem que a população geral.

 

Eles teorizaram que isso provavelmente se deve aos danos causados pela quimioterapia e radioterapia a tecidos normalmente saudáveis. Esses tipos de tratamento podem reduzir a chamada "reserva fisiológica" — a capacidade dos órgãos e sistemas corporais biológicos que nos é dada quando nascemos — e a capacidade natural do organismo de superar fatores internos e externos de estresse biológico.

 

"O envelhecimento precoce com certeza é melhor que a morte precoce, mas, se pudermos entender melhor como esse processo funciona, teremos mais chances de melhorar os resultados", disseram os pesquisadores.

Eles vasculharam bancos de dados para localizar evidências publicadas sobre os processos celulares envolvidos no envelhecimento e sobre o impacto potencial dos tratamentos de câncer sobre esses processos. Descobriram vários efeitos colaterais e complicações tardias que têm implicações não apenas para os pacientes, mas também para os serviços de saúde.

Algumas das descobertas mais importantes:

:: Pessoas que sobreviveram a um câncer na infância têm chances três a seis vezes maiores de desenvolver um segundo câncer.

:: A expectativa de vida estimada de pessoas que sobreviveram a um câncer na infância é 30% mais baixa que a da população em geral.

:: O risco de fragilidade entre pessoas que receberam transplantes de medula óssea é oito vezes maior que a de seus irmãos.

:: O tratamento de longo prazo com esteróides, algo que faz parte de muitas estratégias para o tratamento de câncer, está associado a riscos aumentados de cataratas, osteoporose, danos neurais, afinamento da pele, infecções e dificuldades para sarar ferimentos.

:: O tratamento de câncer está associado a vários aspectos do envelhecimento biológico.

:: Certos medicamentos primários usados contra câncer estão associados a perda auditiva, endurecimento de artérias carótidas e cânceres secundários do sangue e da medula óssea.

:: A radioterapia está associada à demência, perda de memória, doença das artérias carótidas e células da medula óssea, e leucemia.

:: O tamoxifeno (tratamento coadjuvante para prevenir a reincidência de câncer) está ligado a cataratas.

Necessidade de mais pesquisas futuras

Os cientistas disseram que, apesar desses efeitos colaterais indesejáveis, o tratamento anticâncer vale a pena para muitos pacientes com a doença, e o envelhecimento "faz parte da vida".

Mas a aceleração do envelhecimento sentida por muitos sobreviventes de câncer em decorrência direta do tratamento é algo que pode e deve ser minimizado. Primeiro porque os sobreviventes do câncer merecem, e segundo porque é um problema de saúde pública, disseram os pesquisadores.

"Acreditamos que os sobreviventes de câncer merecem um acompanhamento médico de longo prazo visando mitigar os efeitos tardios", eles concluíram.

"A meta última desses estudos será prevenir as complicações tardias, lançando mão de intervenções precoces, incluindo medicamentos e mudanças de estilo de vida."

A Dra. Aine McCarthey, da organização Cancer Research UK, disse ao HuffPost UK:

"Os resultados deste estudo mostram que mais pessoas que nunca estão sobrevivendo ao câncer, mas precisamos fazer mais para assegurar uma boa qualidade de vida aos sobreviventes. Precisamos fazer mais pesquisas para desenvolver tratamentos mais suaves, que ainda funcionem, mas tenham menos efeitos colaterais de curto e longo prazo."

Dany Bell, a assessora de tratamento e recuperação da ONG MacMillan Cancer Research, disse ao HuffPost UK: "Essa pesquisa reflete como a história do câncer neste país [Inglaterra] mudou. Hoje um diagnóstico de câncer frequentemente não assinala o fim da vida, mas quase sempre assinala uma transformação na vida."

Os diagnósticos mais precoces e tratamentos mais eficazes significam que mais pessoas estão vivendo por mais tempo depois de receber um diagnóstico de câncer. Isso é ótimo, mas sobreviver nem sempre significa viver bem. Milhares de pessoas convivem com efeitos colaterais de longo prazo que podem ter impacto profundo sobre o corpo.

"As conclusões destacam que, enquanto o índice de sobrevivência é importante, não é o único critério para avaliar o sucesso dos tratamentos contra câncer. Uma parte importante do atendimento deve ser a possibilidade de os pacientes discutirem com o médico como o câncer pode afetar sua qualidade de vida no longo prazo. E as pessoas precisam ter acesso a um pacote personalizado de apoio e atendimento a partir do diagnóstico, para que possam ter a melhor qualidade de vida possível pelo maior tempo possível", conclui Dany Bell.

 

Fonte: Huffpost

 

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