05/07/2017
O câncer de pulmão é o mais fatal, podendo atingir fumantes, ex-fumantes e até quem nunca fumou. Hoje, há três formas principais de tratamento: cirurgia, radioterapia e por meio de medicamentos injetáveis ou comprimidos (quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo molecular)
O câncer de pulmão de células não pequenas é o mais comum e representa 90% dos casos, mas existem subtipos da doença, com características peculiares e medicamentos desenvolvidos para cada um. O reconhecimento dos subtipos é essencial, pois permite tratamento específico: são as chamadas terapias-alvo moleculares, geralmente comprimidos, que atacam componentes próprios das células cancerígenas, bloqueando sua progressão.
Por meio da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as soluções são revistas a cada 2 anos e as discussões deste ano destacam, no contexto do câncer de pulmão, os tratamentos com medicamentos orais inovadores, muito diferentes das terapias disponíveis, contribuindo com a melhora clínica do paciente, maior qualidade de vida e benefícios ao atendimento. As novas drogas permitirão tratamento domiciliar eficaz, poupando o paciente de longos períodos de quimioterapia.
Uma nova solução dessa linha é o afatinibe, indicado para câncer de pulmão de não pequenas células com mutação EGFR. Ele tem um mecanismo de ação específico que bloqueia a multiplicação das células cancerígenas, garantindo aos pacientes mais tempo de vida e redução na progressão da doença, mesmo em estado avançado.
Para acessar esse tipo de tratamento, o primeiro passo é fazer um diagnóstico correto por meio de testes especializados. Muitos brasileiros sofrem com a falta de identificação precisa e são tratados de maneira genérica. A orientação médica sobre a realização desses testes é de extrema importância, bem como empoderar o paciente para que busque investigação completa. É interesse da classe médica e de milhares de brasileiros que sofrem com câncer que o sistema de saúde suplementar forneça mais opções de tratamento, para que haja uma mudança de cenário.
*Carolina Kawamura Haddad é médica especializada em Oncologia Clínica e mora em São Paulo
Fonte: Diário Catarinense