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Você está localizado em: Home » Notícias » Teste de câncer de mama pode prever chances de retorno da doença 20 anos depois, mostra estudo
18/03/2019
Um novo teste pode identificar cânceres de mama que provavelmente retornarão mais de 20 anos depois — um avanço que pode indicar uma nova era da medicina personalizada.
A forma como o câncer de um paciente progredirá pode ser determinada pela categorização de marcadores moleculares e genéticos de tumores de mama em 11 subtipos, descobriram os pesquisadores da Universidade de Cambridge.
Seguindo cerca de 2 mil mulheres com mais de 20 anos, a equipe, financiada pela instituição de caridade Cancer Research, descobriu que algumas mulheres com câncer inicialmente agressivo tinham uma baixa chance de retorno dos tumores após cinco anos.
No entanto, outros tumores que poderiam inicialmente responder ao tratamento tiveram maior probabilidade de reaparecer até 20 anos depois, potencialmente de forma incurável.
— Mostramos que a natureza molecular do câncer de mama de uma mulher determina como a doença poderia progredir, não apenas nos primeiros cinco anos, mas também mais tarde — disse Oscar Rueda, principal autor do estudo, publicado na revista "Nature". — Esperamos que nossa ferramenta depossa ser transformada em um teste que os médicos possam facilmente usar para orientar as recomendações de tratamento.
O uso de marcadores moleculares é um campo em expansão para a pesquisa do câncer. Anteriormente, os tumores eram classificados pela área em que se originaram e outras características, como o tamanho.
Os pesquisadores disseram que cerca de 12.300 mulheres no Reino Unido podem pertencer a um desses subgrupos de "recorrência tardia", que atualmente estão agrupados dentro de cânceres classificados como tumores positivos para receptores de estrogênio.
Se os médicos puderem testar as características moleculares, esses pacientes poderão se beneficiar de cursos mais longos de quimioterapia ou exames de rastreamento de acompanhamento mais frequentes.
Teste pode tranquilizar pacientes
O novo modelo também ajuda a prever onde é provável que os cânceres se espalhem e quão agressivos — ou resistentes ao tratamento — eles provavelmente estarão quando retornarem. Os testes teriam o benefício adicional de dar às mulheres a confiança sobre seus riscos pessoais.
— É muito assustador e definitivamente uma preocupação — afirmou Catherine Scott, 51, uma das participantes do estudo.
Ela entrou para o estudo depois de ter sido diagnosticada com câncer de mama triplo negativo — uma forma com o menor número de opções de tratamento — em 2016 Quando o tratamento terminou, ela perguntou ao seu médico sobre suas chances de voltar, porque seu próximo check-up não durou um ano. O médico só poderia prever as chances com base em casos antigos.
— Se eles pudessem torná-lo mais personalizado, isso seria mais tranquilizador — conta Scott. — Definitivamente, seria melhor do que sentir que você tem que cruzar os dedos.
A pesquisa vem depois que outro grupo da Universidade de Cambridge lançou uma calculadora on-line para homens com câncer de próstata. A ferramenta ajuda a entender seus riscos de câncer e os efeitos colaterais dos tratamentos.
As descobertas também seguem o lançamento de esquemas como o Serviço de Medicina Genômica do NHS, o sistema público de saúde do Reino Unido, que oferece testes gratuitos para pacientes com doenças raras ou cânceres. Tais desenvolvimentos trazem a perspectiva de um teste de câncer personalizado acessível em hospitais.
— Esperamos que estes 11 subtipos moleculares possam, no futuro, nos ajudar a prever melhor os resultados a longo prazo e levar a planos de tratamento mais personalizados para pacientes com base nas propriedades de seu tumor — disse Simon Vincent, diretor de pesquisa do Breast Cancer Now .
— Este importante estudo poderia nos ajudar a separar o conjunto diversificado de cânceres de mama difíceis de tratar atualmente agrupados como 'triplo negativo' e identificar alguns pacientes que provavelmente não apresentarão recorrência mais de cinco anos após o tratamento — apontou.
Fonte: O Globo
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